José Francisco Soares: O olhar da qualidade e da equidade sobre os resultados educacionais

O artigo 205 da Constituição federal, ao estabelecer o direito à educação, introduz duas perspectivas pelas quais a definição de políticas públicas educacionais devem ser analisadas: o direto das pessoas e o dever do Estado.  Ao dizer que o objetivo da educação é o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, indica que a concretização do direito à educação se dá quando o cidadão desenvolveu os aprendizados que lhe permitem as inserções sociais listadas no texto constitucional. Por outro lado, o artigo define o Estado e a família como responsáveis pelo provimento da educação.

Para operacionalizar o dever do Estado na Educação, a lei estabelece que os diferentes entes federados devem organizar sistemas de ensino que têm responsabilidade direta de gerir os meios que vão garantir o direito e são compostos das escolas, secretarias de educação e Conselhos de Educação. Diante disso, é natural e esperado que a administração pública tenha processos de monitoramento e avaliação para verificar como os sistemas de ensino atendem às necessidades educacionais dos cidadãos de seu território de atuação.  Este texto considera apenas o monitoramento do atendimento do direito de cada estudante, não tratando do monitoramento do dever do Estado. Esta escolha é contextual e não deve ser interpretada como minimização ou subalternização do estudo e monitoramento desta dimensão. 

Na visão do jurista[1], tomada como princípio neste texto, “proteger direitos significa realizar direitos”. Portanto, é preciso definir quais são as evidências que devem ser aceitas para que se possa afirmar que um sistema ensino está garantindo adequadamente o direito à educação aos estudantes de seu território de atuação.  Para definir estas evidências existem várias desafios a serem superados.

O artigo constitucional, ao definir os objetivos da educação, especifica os aprendizados que caracterizam o direito. No entanto, esta especificação é muito genérica, fato reconhecido pelo próprio constituinte que incluiu o artigo 210, o qual estabelece que “serão fixados conteúdos básicos para o ensino fundamental […]”. Esta determinação ensejou a criação de expectativas de aprendizagem que orientam a formulação dos projetos pedagógicos dos sistemas. De posse destas orientações, os testes para medir o nível de aprendizado dos estudantes, elemento fundamental para a verificação do direito, podem ser organizados.

Embora reconhecendo a importância dos aprendizados, é preciso salientar que a permanência do estudante na escola é a condição essencial para que o aprendizado ocorra. Fixados, então, os resultados que concretizam o direito – os aprendizados e a permanência – é preciso definir como estes dois construtos devem ser medidos.  Os aprendizados são medidos pelos testes das avaliações externas. Ou seja, a evidência mais comum da garantia do direito é completamente dependente da métrica usada no SAEB. Há claras evidências de que essa métrica capta uma visão muito superficial dos aprendizados necessários para uma inserção completa do cidadão na vida da sociedade brasileira.  No entanto, o SAEB é um sistema bem implementado com uma longa história de aplicação e, minimamente, produz resultados confiáveis, principalmente quando indica baixos níveis de aprendizados. Na reformulação do SAEB, necessária para a organização do novo ciclo de metas, será importante revisitar as matrizes nos quais os testes do SAEB são baseados.  Isso exige estudos técnicos, mas também construção de consenso social e comparações com as soluções adotadas em diferentes sistemas nacionais e internacionais.  

Já a permanência pode ser representada pelos quatro níveis em que a medida de trajetória dos estudantes é classificada: (i) regular, (ii) com poucas intercorrências, (iii) com muitas intercorrências e (iv) com interrupção, sendo “intercorrências” episódios como o de reprovação, evasão e abandono. Esta informação pode ser obtida no painel do Censo Escolar com acesso via sala segura do INEP.

Para serem usadas no monitoramento e avaliação do direito, estes dois resultados devem ser transformados em indicadores de qualidade e de equidade que podem, posteriormente, compor um indicador sintético. A metodologia proposta para isso é introduzida, inicialmente, para o resultado de aprendizado.

A visão da qualidade, entendida como nível adequado do indicador, implica em escolher uma síntese numérica das proficiências dos estudantes que instrumentalize o debate educacional sobre esta questão.  A forma mais simples de fazer isso é usar uma média dos valores, com alguma padronização, como feito no IDEB.   No entanto, esta opção legitima a “substituição” de um estudante por outro, ou seja, um estudante com notas mais altas acaba “compensando” outro com notas mais baixas. Isso não é adequado para o monitoramento do direito, situação em que cada pessoa é sujeito de direitos e, portanto, criar um estudante médio fictício e fazer sínteses a partir desta abstração, não é metodologia adequada.  

O artigo 205, quando diz que a educação é para todos, estabelece a equidade como critério essencial.  As evidências para consideração da equidade exigem reconhecer que os estudantes pertencem a grupos sociais diferentes. Para além disso, o olhar da equidade implica em considerar a diferença dos valores dos resultados nos grupos sociais, ordenados por algum fator social, conhecido por dificultar que os estudantes pertencentes a um determinado grupo tenham valores mais altos na medida de resultado. Uma situação ideal de garantia do direito apresentaria a mesma distribuição estatística do resultado em todos os grupos, com uma concentração em valores compatíveis com as inserções sociais objetivadas pela educação. Ou seja, equidade é um construto que prevê igualdade entre a distribuição do resultado entre os grupos sociais.

A definição destes grupos é a primeira etapa para o cálculo da equidade. Recente pesquisa[2][3], usou a porcentagem de estudantes que, depois de nove anos, têm trajetória regular, para ordenar os grupos, criados pela interseção de três variáveis: sexo, raça/cor e nível socioeconômico. Este artigo mostra uma grande diferença – 58 pontos em 100 – entre os grupos constituídos de estudantes do sexo masculino, pretos e matriculados em escola de baixa NSE, e o grupo com estudantes do sexo feminino, brancas e matriculadas em escolas de alto NSE.

Para o cálculo do indicador de equidade, há uma dificuldade adicional. Vários grupos socialmente importantes são muito pequenos em muitos territórios. Por exemplo, em muitas cidades o número de indígenas é pequeno, não permitindo comparações estáveis com outros grupos.  A solução consiste em agregar os diferentes grupos usados para especificar qual equidade se quer medir e formar quintís, com o primeiro agregando os estudantes que estão nos grupos mais vulneráveis o quinto agregando os estudantes menos vulneráveis. 

Um indicador de equidade consistiria, então, na diferença do indicador usado para sintetizar as proficiências ou a permanência em um conjunto de estudantes, entre os estudantes dos dois quintis extremos, naturalmente, com uma padronização posterior.  A solução de agregação dos grupos em quintis garante um grupo na base da hierarquia e outro grupo no topo, aproximadamente de mesmo tamanho.  

O infográfico abaixo ilustra a metodologia. Os resultados individuais na primeira linha apresentam os valores do indicador, tomando-se os estudantes como unidade de análise. Na segunda linha, os mesmos valores são agregados nos grupos, definidos para o estudo da equidade. Note que os grupos possuem tamanhos distintos quando esta agregação é feita. Finalmente, na terceira linha, para efeito do cálculo do indicador de equidade, os grupos são agregados a fim de comporem quintis, contendo cada um ~20% dos estudantes.

Figura 1 – Criação dos grupos para medir a equidade

A criação dos quintis garante que é possível calcular o tamanho das desigualdades presentes nos dados em qualquer situação, mesmo nos territórios em que alguns grupos tenham muito poucas observações. Isso é especialmente importante se os grupos da segunda linha fossem, por exemplo, as escolas de um território. O custo desta potência é que a medida de equidade é uma síntese das desigualdades para o conjunto dos grupos criados, não outros grupos que poderiam ser criados com as mesmas variáveis.

Embora o infográfico acima ilustre a metodologia para uso com dados de desempenho, com pequenas nuances a mesma metodologia pode ser usada também se o resultado for a permanência, que deve também ser analisada com o olhar da qualidade e da equidade.  Criados os indicadores para os dois resultados, a produção de um indicador sintético pode ajudar no debate educacional.  O segundo infográfico mostra como este indicador seria obtido.

Figura 2: Esquema de cálculo do indicador sintético

A reflexão deste texto é feita como subsídio para as discussões necessárias para adequar o IDEB ao novo momento social, em que as desigualdades educacionais estão colocadas no centro do debate. No entanto, a definição final exige a consideração de várias nuances o que só pode ser feito institucionalmente. No momento, a lei estabelece que é o INEP o órgão com esta responsabilidade.

Hoje, as avaliações e os indicadores existentes são forte indutor de desigualdades, já que há um padrão de desempenho para os estudantes da escola pública, que é baixo, e outro mais alto praticado pelas escolas privadas. É preciso que o Brasil avance no sentido de ter instrumentos mais indutores de qualidade e equidade.

Por fim, uma consideração adicional que deve ser feita no debate é a presença de fatores que geram exclusão e não são ainda medidos. Dois grupos precisam ser considerados. Os estudantes da comunidade LGBTQIA+ são, com frequência, submetidos a assédios escolares que tornam sua permanência na escola mais desafiadora e, consequentemente, o aprendizado mais difícil. Também os estudantes filhos de família onde há violência doméstica têm dificuldades especiais.

Referências:


[1] DA SILVA, Virgílio Afonso. Direitos fundamentais: conteúdo essencial, restrições e eficácia. São Paulo: Malheiros Editores, 2010. Página 77

[2] SOARES, José Francisco; ALVES, Maria Teresa Gonzaga; FONSECA, José Aguinaldo. Trajetórias educacionais como evidência da qualidade da educação básica brasileira. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 38, 2021.  https://www.scielo.br/j/rbepop/a/9ZRM8LBTqQMHMDQNJDwjQZQ/

[3] https://www.linkedin.com/pulse/equidade-ao-centro-do-debate-educacional-francisco-soares-fwagf?trackingId=WLVNMk%2FuRByqcnnWofrAng%3D%3D&lipi=urn%3Ali%3Apage%3Ad_flagship3_profile_view_base_recent_activity_content_view%3BRMnUMmsbQESwEvMera4Hkg%3D%3D

“A China não é um bom exemplo para o IBGE”

O jornal O Estado de São Paulo publicou hoje, 23/11/2023, uma entrevista minha sobre as questões de confiabilidade e divulgação dos dados do IBGE. O texto espelha razoavelmente bem a conversa telefônica que tive com o jornalista, com duas pequenas correções. Primeiro, não sou filho do jornalista Salomão Schwartzman, que era xará de meu pai. Segundo, que eu saiba, a ex-presidente do IBGE Suzana Cordeiro Guerra não foi indicada por Jair Bolsonaro, mas pelo Ministro da Economia Paulo Guedes, que no entanto não lhe deu o apoio que deveria.

Um estudo detalhado sobre a qualidade dos sistemas nacionais de estatística, publicado pelo Banco Mundial em 2019, mostra que os países mais desenvolvidos em relação a isto são a Noruega, Italia, Polônia, Austria, Eslovênia e Estados Unidos, todos com perto de 90 pontos em uma escala de 100. Nesta escala, o Brasil tem 76,8 pontos, a Índia 70,4 e a China 58,2, o que significa que nem China nem India são modelos para nós. O que a Índia tem de notável foi o grande avanço na implantação do governo digital. A China seguramente não está atrás no uso de informações digitais pelo governo, mas não é o melhor exemplo de transparência.

Transcrevo abaixo o texto da entrevista, tal como publicado:

“A China não é um bom exemplo para o IBGE, diz o ex-presidente do instituto. Simon Schwartzman considera um equívoco o atual gestor, Marcio Pochmann, buscar no país asiático ideias para aplicar no Brasil, quando a Índia seria a melhor referência em digitalização.

O Estado de São Paulo. Por Carlos Eduardo Valim, 23/11/2023 | 14h30

O sociólogo Simon Schwartzman, filho do jornalista Salomão Schwartzman, presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 1994 e 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Na época, já defendia uma modernização da estrutura da instituição para proteger o corpo técnico da interferência política, algo que voltou a preocupar economistas e quem trabalha com dados populacionais.

A gestão do instituto está sob os holofotes desde o apagão de dados no meio do governo de Jair Bolsonaro, com o adiamento do último Censo, e agora com a escolha do economista Marcio Pochmann, filiado ao PT, para liderar o órgão.

Este último chamou atenção após, em uma palestra para funcionários do IBGE realizada no fim de outubro, defender “modernizar” a forma de divulgação dos dados da instituição e comentou que buscou exemplos de como trabalhar com pesquisas na China. Schwartzman contesta que a possibilidade de país asiático ser uma referência para o Brasil, e que o exemplo precisaria ser buscado na Índia, que digitalizou a coleta de dados de forma inovadora.

Em entrevista ao Estadão, ele também defende que o IBGE deveria receber uma autonomia operacional e administrativa similar à do Banco Central, além ter um conselho técnico que aferisse e cobrasse da instituição a adoção de padrões internacionais.

As declarações e os posicionamentos políticos de Pochmann trazem preocupação sobre a credibilidade do IBGE?

Eu não vi o texto da conferência dele, mas estou acompanhando as notícias de jornais. Claro que existe uma preocupação de algum tempo de que o IBGE precisa garantir que produz dados confiáveis. Uma coisa muito importante da estatística é que ela precisa ser reconhecida como um dado válido. E isso acontece ao se adotar padrões internacionais, como os usados pela ONU (Organização das Nações Unidas), com a mesma qualidade dos principais centros de estatística do mundo. Também é preciso ter gente com reputação técnica adequada coordenando esse processo. Isso tudo é necessário porque a sociedade não tem como aferir o detalhe técnico e se o trabalho foi feito corretamente. Então, é preciso um mecanismo que traga a garantia de aplicação das melhores práticas internacionais, o que traz confiança para investidores e para a população, e dá segurança para que se possa utilizar os dados para fazer políticas públicas.

Historicamente, os dados do IBGE não costumam ser contestados. Ele não tem este arcabouço confiável?

O IBGE sempre buscou fazer um esforço neste sentido, mas não tem uma estrutura suficientemente sólida para garantir isso. Não tem conselho técnico e um mecanismo para garantir que as melhores práticas estão sendo aplicadas. Então, ele depende muito de quem está na presidência, que é um cargo demissível. Não é uma posição protegida. Deveria ser um cargo mais técnico. O problema da credibilidade é que, quando uma pessoa vem com uma marca ideológica muito forte, já se cria um clima de desconfiança que causa muito impacto. A credibilidade é muito fundamental.

Durante sua gestão nos anos 1990, houve esforços para se adotar uma governança modernizada e a falta de apoio para isso teria sido o motivo de sua saída?

Na minha presidência, eu insisti para evoluir nisso e não consegui. Eu tentei, mas não consegui na época implementar as modificações necessárias. Continuo insistindo que é necessária essa estrutura. Nenhum governo posterior levou isso para frente.

Sem isso, a instituição ficou muito exposta a pressões políticas?

Houve situações em que o instituto ficou à mercê de pessoas com posições de ideologias muito marcadas, sem compromisso com a precisão.

O Pochmann disse que se espelhava na coleta de dados digitalizada feita pela China. Esse é um bom exemplo?

O país notável do terceiro mundo é a Índia. E todos os países da Europa Ocidental também fazem isso. A China não é um bom exemplo para o IBGE. Ela é muito fechada. A Índia é mais interessante na digitalização, e tem hoje uma população maior até do que a China. É um desafio altíssimo coletar dados lá na Índia, mas todo mundo tem identidade digital, todo mundo usa comunicação digital. Eles avançaram muitíssimo nisso.

O IBGE está muito atrás? O Pochmann também causou polêmica ao defender que a divulgação pela imprensa não seria mais tão importante se é possível divulgar mais as pesquisas pela internet. Isso faz sentido?

O IBGE já avançou muito na informação disponível na internet. Todos os sistemas são digitais, todos podem acessar. Mas a divulgação pela imprensa é importantíssima, para traduzir os dados mais importantes para a população. Não entendo qual seria a novidade que ele gostaria de trazer em relação a isso.

De todos os presidentes entre 2003 e 2019, só em 10 meses entre 2016 e 2017 não teve alguém que não era funcionário de carreira. Seria importante voltar a isso?

Eu não sei se é fundamental. Eu como presidente vim de fora. Chegar à direção vindo do corpo técnico não é essencial. A questão é que as pessoas escolhidas sejam reconhecidas na área, que entendam do tema, de estatísticas. É até bom vir alguém de fora, com uma perspectiva diferente. O problema atual não é esse. Precisaria haver um mandato e a autonomia do presidente do IBGE, como é no Banco Central. Ou, então, o gestor fica sob influência do ministro ou dependente da indicação do presidente.

Quando a gestão do IBGE perdeu a confiabilidade? A primeira indicada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, a Susana Cordeiro Guerra, vinha de fora da instituição, mas tinha boas credenciais. Por que isso não teve sequência?

Ela foi indicada pelo Bolsonaro e não recebeu apoio do Ministério da Economia quando se resolveu cortar a verba do Censo. Ela ficou entre dois fogos e não conseguiu permanecer. Ela tinha uma agenda importante de se passar a usar mais informações administrativas, geradas por outras áreas do governo, como a área fiscal e a de dados econômicos. Assim, o Brasil poderia depender menos da pesquisa de opinião e usar mais os dados administrativos de qualidade gerados. Até por causa da pandemia isso ficou mais agudo ainda. Ela queria adotar critérios para os integrar os dados administrativos aos produzidos pelo IBGE, e fez um trabalho neste sentido.

Quem produz dados administrativos relevantes?

Os ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e a Receita Federal, por exemplo. É parte do trabalho de várias áreas produzir essas informações. É preciso, então, desenvolver um processo mais organizado, para usar o que eles produzem como dados oficiais para efeito estatístico. O IBGE ainda tem um formato muito antigo, com agências localizadas em cidades do País, uma coisa dos anos 1930 e 1940, para coletar declarações das pessoas. Hoje não faz mais muito sentido, com os equipamentos de última geração e software modernos.

O Censo e depois

Publicado em O Estado de São Paulo, 9 de agosto de 2019

Na década de 90 tive a oportunidade de presidir o IBGE, que vinha de um período difícil: não havia conseguido publicar o Censo de 1991, não sabia o que fazer com os mapas e as pesquisas contínuas e era mais conhecido pelas infindáveis greves do que pelo papel que deveria desempenhar na sociedade brasileira.  Criado pelo Estado Novo nos anos 30, o IBGE havia sido pensado como um grande instituto com agências em cada município, fazendo mapas e coletando as informações que serviriam para o planejamento minucioso da economia do país, comandada pelo governo federal. Seria esta também sua função nos governos militares, como peça do projeto Brasil Grande que acabou se frustrando pela inviabilidade da economia de comando e do próprio regime de poder. Nos primeiros dez anos da Nova República, com a anomia política, a estagnação econômica e o caos inflacionário, o IBGE se transformou, sobretudo, em mais uma grande burocracia estatal, com milhares de funcionários desmotivados, mal pagos e sem sentido de missão.   

O Plano Real, reorganizando a economia e modernizando as agências mais centrais do governo federal, como o Ministério da Fazenda, o Banco Central, a Receita Federal e o IPEA, foi uma oportunidade para tentar dar um novo rumo ao Instituto, valendo-se, ainda, dos horizontes abertos pelas novas tecnologias de informação e comunicação. Para o Censo de 1960, o IBGE havia trazido para o país o primeiro computador de grande porte. Mas nos anos 90, com a Internet e os microcomputadores imperando, o Instituto ainda operava com um caríssimo computador central, refrigerado a água gelada, e toneladas de papel utilizados na impressão interminável de relatórios estatísticos. Graças ao empenho da equipe técnica, em poucos anos foi possível colocar os microdados das pesquisas nas mãos dos usuários, disponibilizar as informações na Internet e colocar microcomputadores nas mesas dos funcionários.

Duas outras mudanças permitiram a revitalização do Instituto, um novo entendimento de seu papel e a modernização das pesquisas. De uma peça em uma grande engrenagem de um sistema de planejamento que nunca existiu, o IBGE passou a se ver, cada vez mais, como uma instituição de interesse público,  voltada não só para a produção de informações confiáveis e consistentes para embasar as políticas macroeconômicas, mas também para acompanhar de perto as condições da vida dos cidadãos, no emprego, na saúde e na educação, de interesse das empresas, das organizações sociais e da população.  A modernização das pesquisas, feita graças à cooperação técnica e a ao intercâmbio cada vez mais próximo com agências de cooperação internacional como o Statistics Canada, a Comissão de Estatística da ONU e a Organização Internacional do Trabalho, permitiu reduzir o peso dos grandes levantamentos, como o antigo Censo Econômico, em favor da ênfase cada vez maior nas pesquisas por amostragem, como a PNAD e as pesquisas de emprego, conforme os padrões internacionais. Estes avanços continuaram na década seguinte, com o aperfeiçoamento das contas nacionais, a nova e mais abrangente PNAD contínua e a bem-sucedida realização do Censo Demográfico de 2010.

Em três áreas, no entanto, o IBGE não conseguiu progredir. Como organização, o Instituto perdeu nos anos 80 a flexibilidade que havia adquirido como Fundação de direito público nos anos 70, revertendo na prática ao status de repartição pública. Com salários reprimidos e orçamentos contidos, o Instituto foi incapaz de criar um corpo de funcionários renovado e de alto nível, que pudesse aproveitar plenamente e levar à frente as oportunidades criadas pelas novas tecnologias. Também não houve avanço do ponto de vista político-institucional. Apesar de ser uma instituição de Estado, o IBGE continua até hoje como agência governamental de segundo escalão, sem independência e autonomia legal para cumprir suas missões. Na prática, sua autonomia tem sido respeitada por sucessivos governos, mesmo quando portador de más notícias, garantindo-se assim a credibilidade das estatísticas do país, mas é uma condição precária que precisa mudar. Finalmente, o IBGE não conseguiu acompanhar a revolução tecnológica que ocorreu no mundo da geografia e cartografia, e seu papel nesta área precisa ser repensado.

A polêmica criada pela redução dos recursos para o Censo de 2020, ao lado do problema real que pode surgir se o dinheiro necessário não sair a tempo e a hora, é uma oportunidade também para repensar o Instituto e revitalizar o seu papel. Para o Censo, deve ser possível avançar mais nos meios de coleta de dados, inclusive por Internet, e compensar a redução do questionário com estimativas derivadas de outras informações. A disponibilidade crescente de registros administrativos, como as grandes bases de dados do INEP, Banco Central, Dataprev, SUS, Cadastro Único, RAIS e outros, indicam claramente a necessidade de colocar cada vez menos ênfase em levantamentos diretos, e mais na compatibilização e análise integrada destes dados, com as novas tecnologias de inteligência artificial e processamento de big data.  O envelhecimento do quadro de funcionários abre a possibilidade de criar um corpo profissional mais enxuto e de alto nível. E, institucionalmente, a credibilidade do Instituto, como a de outras instituições congêneres, precisa ser mantida e reforçada, transformando-o em uma instituição pública autônoma, com mandato claro e estruturas modernas de governança.

O IBGE sempre passou por apertos financeiros, e sempre conseguiu superar estes momentos combinando avanços técnicos e metodológicos com um trabalho de persuasão junto aos responsáveis, no Executivo e no Congresso, pelo seu orçamento. Não há de ser diferente agora. É importante aproveitar o momento para avançar na modernização técnica e institucional que o Instituto necessita.

O IBGE ante o Censo de 2020

Sete ex-presidentes do IBGE, preocupados com os rumos do debate que se formou em torno do Censo de 2020, decidimos tornar pública a carta abaixo:

O IBGE ante o Censo de 2020

Como ex-presidentes do IBGE, temos acompanhado com interesse e preocupação a preparação do Censo Demográfico de 2020, que tem sido objeto de intensos debates e manifestações, relacionadas às restrições orçamentárias que a proposta inicial do Censo sofreu, e com a redução do número de perguntas dos questionários que está sendo implementada.

É importante que o IBGE possa contar com os  recursos necessários para que a operação censitária seja realizada da melhor forma possível e,  mesmo com as inevitáveis restrições financeiras, dadas pela conjuntura fiscal, esperamos que o Governo Federal e o Congresso Nacional garantam recursos suficientes para que o Censo não se inviabilize nem deixe de recolher informações que são essenciais para o conhecimento da realidade econômica e social do país e para a execução das políticas públicas nas diversas áreas do emprego, saúde, educação, planejamento urbano, e tantas outras.

Ao mesmo tempo, acreditamos que as restrições financeiras são também uma oportunidade para pensar qual é o papel do Censo Demográfico, e como ele pode ser modernizado para se tornar cada vez mais eficiente, confiável e factível no quadro de restrições financeiras em que vivemos.

O Censo Demográfico, realizado a cada dez anos, tem duas funções principais, a de atualizar as informações demográficas mais gerais, sobre o tamanho e a dinâmica da população, que servem de base para as pesquisas amostrais realizadas permanentemente pelo IBGE, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua e outras, e a de  levantar dados mais detalhados sobre pequenas unidades geográficas, que sejam necessários para a implementação de políticas públicas locais e que não sejam capturados pelas pesquisas amostrais. No entanto, estas informações localizadas sofrem de duas dificuldades importantes: primeiro, elas não podem ser pesquisadas com o nível de detalhe das pesquisas por amostragem e, segundo, elas se tornam obsoletas em pouco tempo, dada a periodicidade decenal do Censo.

Por isto mesmo, a tendência que se observa internacionalmente é de reduzir o tamanho dos questionários dos Censos Decenais, ao mesmo tempo em que se intensifica o uso de pesquisas amostrais, de registros administrativos e de análises de grandes agregados de informações produzidas por diversas fontes em tempo real, com uso das modernas metodologias de big data.  É nesse sentido que nos parece que o IBGE precisa evoluir, de uma agência tradicional organizada para a coleta detalhada de informações, para uma instituição moderna capaz de produzir, compatibilizar e fazer uso de dados das mais diversas fontes.

Não procede, como as vezes tem sido dito, que redução do tamanho dos questionários do Censo significaria a perda irreparável de séries históricas sobre diferentes características da população. Instituições de pesquisa em todo o mundo estão sempre revendo e atualizando seus instrumentos de coleta de dados, e não faltam instrumentos aos pesquisadores para comparar informações obtidas em diversos momentos e por diversas metodologias. O questionário do Censo brasileiro tem sido diferente a cada década, e não se pode pretender que ele fique congelado no tempo.

A elaboração dos atuais questionários do Censo de 2020 – o geral, para todos, e o mais detalhado, para uma amostra de 10% da população, cerca de 22  milhões de pessoas – foi feita com a participação do Conselho Consultivo do Censo e consulta e participação de especialistas, e o IBGE tem realizado um trabalho importante, que esperamos que continue, de apresentar e discutir com diferentes setores das sociedade as razões e o alcance do que pretende obter. Temos acompanhado este processo, acreditamos que ele está no caminho certo, e conclamamos todos a apoiar o IBGE para que este trabalho possa levar a um Censo de alta qualidade, em tempo hábil, e dentro da realidade orçamentária em que vivemos.

Em 29 de julho de 2019

Edmar Lisboa Bacha
Edson de Oliveira Nunes
Charles Curt Mueller
Eduardo Augusto Guimarães
Silvio Augusto Minciotti
Simon Schwartzman
Sérgio Besserman Vianna

As Conferências Nacionais de Estatística e Geografia, 1996

ibgeEm 1996 o IBGE promoveu um Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais (II CONFEST – IV CONFEGE), que teve a participação de centenas de especialistas do Brasil e do exterior, apresentando trabalhos que deixaram de ser publicados à época. Agora, graças às facilidades da Internet, os textos estão disponíveis no Internet Archive, e podem ser lidos ou baixados pelos interessados.

Passados quase vinte anos, vários destes trabalhos já perderam atualidade, outros ainda têm interesse, mas todos têm valor histórico. Eles refletem um momento em que a democracia brasileira estava sendo reconstruída, que a economia havido sido reorganizada, e em que as novas tecnologias de informação e comunicação estavam engatinhando e mostravam grandes possibilidades. Havia um otimismo geral, refletidos nos trabalhos,  de que as informações demográficas, econômicas e geográficas proporcionariam os instrumentos necessários para que os governos e a sociedade funcionassem melhor, para que as políticas públicas fossem melhor orientadas, e que o país avançasse na direção de uma sociedade mais racional, mais justa e mais desenvolvida. É um otimismo que precisa ser recuperado.

Se você participou do encontro e seu trabalho não está na lista abaixo, ou se gostaria de substitui-lo por uma versão mais atualizada, por favor me envie o texto para ser incluído ou substituído.

 

IBGE – Sumário das publicações, relação de trabalhos apresentados e de autores e palestrantes. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Abreu, Magda Luzimar de – Centro de Previsão de tempo e estudos climáticos – CPTEC – o estado da arte da climatologia no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Alkmim, Antonio Carlos; Duran, Antonio; Ribeiro, Rosa – Proposta de desagregação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para a região metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ames, Barry – Electoral Rules, Constituency Pressures. and Pork Barrel: Bases of Voting in the Brazilian Congress. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ames, Barry – Electoral Strategy under Open-List Proportional Representation. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Andrade, Manuel Correia de – A organização do espaço agrário brasileiro. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Anjos, Lúcia Helena C. – Solos e potencialidade agrícola. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Antunes, Ricardo – A centralidade do trabalho hoje. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Araújo, Frederico Reis de – Gerenciamento de Políticas de Desenvolvimento Tecnológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Argento, Mauro Sérgio F. – Geração de dados de relevo. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Arieira, Marcia Leite – Household surveys in Latin America and the Caribbean – an assessment. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Arieira, Márcia Leite – Pesquisas domiciliares na América Latina e no Caribe: uma avaliação. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Assis, Jesus de Paula – Estudo de caso: divulgação de ciência por meio eletrônico. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Baca, Jesus Fernando Mansilla – Banco de dados geodésicos e gravimétricos. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Baeninger, Rosana; Jannuzzi, Paulo de Martino – Migração, emprego e projeções demográficas para o Estado de São Paulo: concepção. métodos e rasultados. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Bandarra, Emani Bento – Banco de dados estatísticos do SUS – situação e perspectivas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Banono, Reina M.; Barbosa, Dulce M. R. – Generalized environment for application development for capturing, editing and coding statistical survey’s data. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Barros, Ricardo Paes e; Cruz, Luiz Eduardo; Mendonça, Rosane; Neri, Marcelo; Pacheco, Renata – Em Busca de um Núcleo Comum para as Pesquisas Domiciliares sobre Emprego e Desemprego no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Bastos, Francisco Inácio; Coutinho, Evandro; Lopes, Claudia Souza – Subsídios para a definição de uma agenda de pesquisa no campo do consumo de substâncias psicoativas no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Becker, Bertha K. – O zoneamento ecológico-econômico como instrumento técnico e político para a gestão do território. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Berbet, Carlos Oití – Recursos naturais: as fontes e os usos das informações – segmento: geologia e recursos minerais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Bessa Junior, Odulvado – APA de Guaraqueçaba – a continuidade de um trabalho. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Bicalho, Ana Maria de Souza – A agricultura metropolitana. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Blitzkow, Denizar; Lobianco, Maria Cristina Barbosa – Mapa Geoidal do Brasil – Versão 1996. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Braga, Delton – Solos e potencialidade agrícola – o ponto de vista de um usuário. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Bruschini, Cristina – Algumas reflexões sobre o uso de estatísticaas sensíveis à questão de gênero. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Bussab, Wilton de Oliveira; Jannuzzi, Paulo de Martino – Convergências e divergências entre índices de preços: análise comparativa entre o ICV-DIEESE e IPC-FIPE em 1990-1993. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Buzanovsky, Angela Maria Puppim; Pinto, Lucia Maria Coelho; Cruz, Marcelo Martins – Ajustamento sazonal nos índices de preços ao consumidor amplo. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Caillaux, Elisa L. – Pesquisa sobre padrões de vida 1996-1997. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. pv

Carvalho, José Carlos – A vegetação de Minas Gerais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Castro, Iná Elias de – Solidariedade Territorial e Representação. Novas questões para o pacto federativo nacional. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Castro, Murilo Cardoso de – A Geografia e o Hiperespaço. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Catão, Yolanda – Sobre as estatísticas de justiça e segurança pública e sua produção no Brasil
. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Cavalcanti, Roberto B. – Inventários e monitoramentos de fauna no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

CEPAL, División de Estadística y Proyecciones Económicas – Estado de situación de las cuentas nacionales y grado de avance en la implementacion del SCN 1993 en América Latina y el Caribe. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Cintra, Jorge Pimentel – Diretrizes para digitalização de bases cartográficas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Cintra, Jorge Pimentel – Diretrizes para implantação da rede geodésica GPS nacional. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Cintra, Jorge Pimentel – Metodologia de baixo custo para a atualização de cartas utilizando imagens orbitais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Cintra, Jorge Pimentel; Junior, Edvaldo Simões da Fonseca; Segantine, Paulo Cesar Lima – Diretrizes para o processamento de dados e e ajustamento de redes geodésicas GPS. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Cintra, Jorge Pimentel; Netto, Nicola Paciléo – O impacto do GPS na altimetria. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Costa, Geraldo Magela – Regionalização: conceitos, práticas, escalas e a experiência brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Costa, Olavo Viana – Acesso a Serviços de Saúde na Região Metropolitana de São Paulo: universalização e reprodução de desigualdades sociais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Costa, Olavo Viana; Ferreira, Maria Paula – Condições de Vida e Pobreza no Estado de São Paulo: uma pesquisa inovadora. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Cunha, Conceição – Diagnóstico ambiental – subsídio ao zoneamento ecológico-econômico. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Davidovich, Fany – Urbanização-Desruralização no Brasil: tendências atuais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Dedecca, Claudio Salvadori – Metodologia e econstrucão de indicadores de desempenho de um mercado de trabalho heterogêneo. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Desrosieres, Alain – Do singular ao geral – a informação estatística e a construção do Estado. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Desrosieres, Alain – Du singulier au general: l’information statistique el la construction de l’État. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Desrosieres, Alain – Le territoire et la localité. deux langages statistiques. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Dias, Leila Christina – Redes geográficas nacionais e internacionais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

ECLAC Statistics and Economic Projections Division – Report on the status of national accounts and progress in implementing SNA 1993 in Latin America and the Caribbean. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Erba, Diego Alfonso; Vargas, José de – Gerenciamento de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais na Cooperativa Tritícola de Produtores Cruzaltenses – COTRICRUZ. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Faissol, Speridião – Regionalização, conceitos, práticas, escalas e a experiência brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Fava, Vera Lucia; Rizzieri, Juarez A. B. – Sazonalidade em índice de preços: o caso do IPC-FIPE. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ferreira, Frederico Poley Martins – As pequenas cidades no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ferreira, Maria Paula; Watanabe, Margareth Izumi – Razões de risco e probabilidades de acidentes para o trabalhador na grande São Paulo. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Florido, Antonio Carlos Simões – Censo agropecuário – uma nova visão no processo de apuração e divulgação. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Fontes, Luiz Eduardo F.; Ker, João Carlos – Solos e potencialidade agrícola das terras do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Genevois, Marie Louise B. P.; Barreto, Sebastião Alves – Condições Habitacionais na Região Metropolitana de São Paulo: a metodologia da Pesquisa de Condições de Vida da Fundação SEADE. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Góes, Magdalena Cronemberger – A modernização das estatísticas econômicas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Gonzales-Diaz, Violeta – Demographic data collection methods: advances in civil registration and vital statistics systems at the global level. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Grosskoff, Rosa – Antecedentes y desafios de la coordinacion estadistica de los paises miembros del Mercosur. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Guimarães, Maria Bernardete – Os programas de despoluição das baías brasileiras. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Haddad, Fernando – Trabalho e Classes Sociais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Hanono, Reina Marta; Barbosa, Dulce Maria Rocha – Ambiente genérico para desenvolvimento de apurações para captura, crítica e codificação de dados de pesquisas estatísticas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Hoefle, Scott William – Etnobiologia, biodiversidade e propriedade cultural – conhecimento local, científico e comercial no desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Hoffmann, Marise P.; Brandão, Sandra Márcia Chagas – Estatísticas do trabalho: análise de algumas práticas internacionais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Hoyer R., Melvin J. – Tendencias actuales en las estructuras geodesicas nacionales. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Humbel, Rainer – GIS applications in official statistics – the Swiss experience. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Hussmanns, Ralf – Coleta de dados sobre pequenas unidades econômicas no setor informal. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Hussmanns, Ralf – Data collection on small economic units of the informal sector. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – As estatísticas do trabalho e as pesquisas do IBGE. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Jacon, Maria Célia Pelisson – Banco de dados do IBGE: desafios tecnológicos. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Jacon, Maria Celia Pelisson – IBGE’s database – technological challenges. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Jorge, Ângela Filgueiras – Pesquisa de economia informal urbana. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Keller, W.J. – EDI – Intercâmbio eletrônico de dados para coleta e disseminação de dados estatísticos. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Keller, W.J. – EDI: Electronic data interchange for statistical data collection and dissemination. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Klein, Ruben – Algumas considerações sobre indicadores educacionais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Kume, Honorio – Uma nota sobre as estatísticas de comércio exterior. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Kureski, Ricardo; Cavichiolli, Maria Inês – Produto Interno Bruto dos municípios paraenses – série 1990-1993. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Latini, Sidney A. – O balanço de pagamentos do Brasil 1947/1994 – subsídios e reflexões para uma análise. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Laurenti, Ruy – Informação de saúde e qualidade de vida. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Lavinas, Lena – Globalização, desregulamentação e descentralização: suas implicações na evolução do crescimento urbano e rural. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Lino, Domingos – Meio Ambiente e Tecnologia. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Loureiro, Eugênia Vitória Câmera – O uso de registros administrativos na geração de estatísticas municipais e informação para gestão. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Luz, Roberto Teixeira – Aspectos relacionados ao estabelecimento de uma rede altimétrica brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Magina, Manoel – Censo agropecuário e as novas dinâmicas do espaço agrário: algumas reflexões. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Maia, Carlos Nivan – Estimativas e projeções populacionais utilizadas pelo Tribunal de Contas da União. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Marins, Vânia Maria Ramos de; Silva, Nádia Maria da C Amaral da; Almeida, Renan Moritz Varnier R. Sistemas de vigilância alimentar e nutricional: a experiência de Niterói. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Martins, Ângela da Matta Silveira; Ogliari, Luiza Tieko Inoue; Silva, Oscar CusteI da – Sistema de informações estaduais. Produto da base pública do Estado do Paraná. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Martins, Clitia Helena Backx; Loureiro, Amilcar Bruno S. – Porto Aleqre nos 90: características sócio-econômicas da metrópole gaúcha. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Marx, Robert W. – Census of the year 2000: a portrait of the United States as it enters the next millennium. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Marx, Robert W. – Geography and social, economic, and territorial information: Applications and benefits of Tiger and the decennial census to data analysis. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Masello, José; Guedes, Aluizio Pimentel; Figueredo, Luiz Antonio Gauziski de Araujo – Sistema de disseminação de dados agregados do IBGE. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Massena, Rosa Maria Ramalho; Pontual, Ricardo Duarte – Indicadores: um instrumento de política urbana e democratização decisória. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Mattos, Ubirajara A. O – Opinião pública e interesses institucionais nas questões tecnológicas e ambientais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Mauro, Claudio Antônio de – Relevo e desenvolvimento científico e tecnológico: por uma sociedade mais justa. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

McGuckin, Robert H.; Reznek, Arnold P. – The Development and Use of Longitudinal Microdata: The U.S. Census Bureau’s Center for Economic Studies’ Experience With Confidential Survey Microdata. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Melo, Hildete Pereira de; Cassiolato, J. E. – Os Serviços – uma contribuição para o debate. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Mesquita, Myriam; Bordini, Eliana – Homicidios de crianças e adolescentes – Uma contribuição para administração da Justiça Criminal em São Paulo. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Monico, J F Galera – Posicionamento GPS no contexto do sistema geodésico brasileiro. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Moraes, Marcelo Viana Estevão de – Aspectos da Seguridade Social. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Morceli, Paulo – Origem e tratamento de dados na política agrícola. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Müller, Geraldo – Notas sobre sistemas produtivos localizados e regiões. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Neri, Marcelo – Exploring the longitudinal aspect of PME earnings data: simple non-parametric evidence. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Netto, Nicola Paciléo; Cintra, Jorge Pimentel – Unificação de sistemas altimétricos regionais na rede brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Oliveira, Evangelina X. G. de; Croix, Luísa Maria La; Branco, Maria Luísa G. Castello; O’Neill, Maria Monica; Bahiana, Luís Cavalcanti C. – Bases territoriais para produção e divulgação de estatísticas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Oliveira, Floriano de; Cunha, Márcio – Indicadores sociais urbanos: um instrumento pelo direito à cidade. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Oliveira, Francisco Eduardo Barreto de; Beltrão, Kaizo Iwakami – Política de informação na área de seguridade social. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Oliveira, Naia – Áreas de fronteira na perspectiva da integração Latino Americana: O caso de Uruguaiana. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. 

Oliveira, Sheila Martins de; Sousa, Rômulo Paes de; Jr., Clodoveu Augusto Davis; Amaral, Flávia Mourão P. do – Adequação da delimitação dos setores censitários a outras unidades espaciais urbanas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ono, Rosaria – Pesquisa Estatística de Incêndio e Trabalho de Bombeiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Paixão, Antônio Luiz – Justiça e segurança pública. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Pereira, Ângelo Cardoso; Alvim, Maria Isabel da Silva Azevêdo – Mercosul: modelo latino-americano de globalização e a integração brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Pereira, Maurício Fernandes; Santana, Edvaldo Alves de; Souza, Daniel Augusto de – Tecnologia e meio ambiente: fatores determinantes da localização industrial. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Pinto, Regina Pahim – Os problemas subjacentes ao processo de classificação da cor da população no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. https://archive.org/details/classifica_cor

Quintslr, Marcia Maria Melo – Índices de Preços ao Consumidor – Reflexões sobre a Produção Brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Rezende, Flávio Astolpho V S; Noronha, Cláudio P; Almeida, Renan M Varnier – Uso de dados administrativos e populacionais para a definição de produtividade, abrangência e cobertura para planejamento em unidades básicas de saúde no município do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Rezende, Flávio Astolpho V. S.; Almeida, Renan Moritz Varnier; Nobre, Flávio Fonseca – Diagramas de Voronoi para a definição de áreas de abrangência em planejamento de saúde. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ribeiro, Mauro César Lambert de Brito – Diretrizes e Ações para a Produção de Informações Primárias sobre a Fauna do Cerrado. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Rocha, Sonia – Renda e Pobreza: Os impactos do Plano Real. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Rosa, Deocleciano Bitteneourt; Baccaro, Claudete Aparecida Dallevedove; Lima, Samuel do Carmo; Ribeiro, Antonio Giaxomini; Rosa, Roberto – Caracterização dos níveis de silcretes associados aos patamare estruturais escalonados do setor sudoeste do estado de Minas Gerais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ryten, Jacob – Economic statistics at the end of the decade. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Santana, Paulo Roberto de – DNPM – um produtor de informação mineral. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Santos, Marcelo Carvalho dos – O Sistema de Posicionamento Global (GPS) e o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB). Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Santos, Sarah Maria Monteiro dos; Pires, Maria Conceição Silvério – Informações para o Planejamento Municipal: Algumas Considerações. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Schubart, Herbert O. R. – A institucionalização do zoneamento ecológico e econômico no Brasil: situação atual e perspectivas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Schwartzman, Simon – Comments on Alain Desrosières: “L’administrateur et le savant – les métamorphoses du métier de statisticien“. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Schwartzman, Simon – Informações Estatísticas e Justiça Social. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Séruzier, Michel – Para uma análise diferenciada dos serviços. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Séruzier, Michel – Pour une analyse différenciée des services. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Siekierska, Eva M. – Atlas eletrônicos nacionais: a perspectiva do ICA. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Silva, Antonio Braz de Oliveira e – O uso de registros administrativos para a produção de indicadores econômicos. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Silva, Augusto César Pinheiro da – Gestão do território e corporacão: a empresa Fleischmann-Royal no Noroeste Fluminense. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Silva, Carmen Lúcia Martins da; Coutinho, Márcia de Moraes – Sistema de informação, seleção e mapeamento digital. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Silva, Pedro Luis do Nascimento – Planejamento, estimação e análise de dados em pesquisas por amostragem: desvendando a realidade brasileira com “telescópio da estatística”. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Silva, Sylvio Bandeira de Mello e; Silva, Barbara-Christine Nentwig – Globalização a reestruturação territorial no Estado da Bahia. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. https://archive.org/details/bahia_201512

Simões, Rodrigo F.; Nahas, Maria Inês P.; Martins, Vera Lúcia A.D.; Esteves, Otávio A. – O Índice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVUIBH) como instrumento de gestão municipal: produção e elaboração de novos indicadores. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Singer, Julio da Motta – Análise estatística de dados longitudinais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Siqueira, Iêda – Aplicações de SIG às estatísticas demográficas – um panorama internacional. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP); Associação Brasileira de Estatística (ABE); Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO); Associação Nacional de Centros de Pós-Graduação em Economia (ANPEC); Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS); Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE); Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR); Sociedade Brasileira de Cartografia (SBC); Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEP) – Informação para uma Sociedade Democrática – Por uma Política Nacional de Produção e Disseminação de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Souza, Edinilsa Ramos de – Qualidade da Informação sobre violência – um caminho para a construção da cidadania. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Tavares, Paulo Eurico – A qualidade da base de dados gráfica para o geoprocessamento. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Tavares, Paulo Eurico – Sensoriamento remoto: aplicações no monitoramento territorial e ambiental. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Tironi, Luís F. – Indicadores de qualidade e produtividade em programas governamentais. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Ultramari, Clovis; Kleinke, Maria de Lourdes Urban; Cardoso, Nelson Ari; Moura, Rosa – Indicadores analíticos como recurso do planejamento: sua versão em multimídia. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Vargas, Joana Domingues – O fluxo do sistema judiciário para crimes sexuais. Campinas—um estudo de caso. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Villarosa, Francesco Notarbartolo di – Programas sociais e sistemas de informação: uma nova metodologia para efetivar a busca da equidade. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. https://archive.org/details/villarosa_201512

Wagner, Peter – Statistics, social science and democracy. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Waquil, Dione Ruth Dantas; Greve, Pedro Geraldo; Giugno, Nanci Begnini; Bauermann, Carlos Norberto; Filho, Vitório Orlandi; Rodrigues, Marit:} José Só; Valls, Alvaro Daitx – Seleção de áreas para tratamento e disposição final de resíduos sólidos na região metropolitana de Porto Alegre. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Willenborg, L.C.RJ.; Waal, A.G. de; Kellerl, W.J. – Some methodological issues in statistical disclosure control. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Zacharias, Maria Luiza Barcellos – Uso de registros administrativos nas estatisticas econômicas. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

Zaluar, Alba – Qualidade de dados: políticas públlicas eficazes e democracia. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Wordpress Social Share Plugin powered by Ultimatelysocial