Gerado Martins: O que virá depois da tempestade?

tempestO que virá depois da tempestade?

Escreve Geraldo M. Martins, educador, sociólogo e administrador. Coordenador da Pastoral da Ecologia da Diocese da Campanha

Passada a perplexidade diante da eclosão das manifestações populares que continua abalando os governantes, a mídia e os empresários, a indagação que surge na mente de todos é o que virá depois da tempestade. Instantaneamente nos remetemos para o provérbio popular: “Depois da tempestade, vem a bonança”. Também vem à tona a notável 6ª sinfonia de Beethoven, a Pastoral, cujos movimentos expressam sentimentos humanos diante da magnitude da natureza, começando pela paz e pela felicidade de uma doce manhã de primavera até o início das trovoadas, seguidas pela tempestade que irrompe violentamente, provocando temor por suas consequências. Segue o canto dos pastores celebrando a alegria e a gratidão ao Criador, com a retomada da calmaria, após dissipadas as ameaças.

Essa é uma expectativa otimista com base em nosso senso comum. A tempestade social que sacudiu o País trouxe alguns benefícios ao varrer alguns entulhos e coisas podres do sistema político, que foi transformado em lucrativo balcão de negociatas. A pergunta é se essa onda de protestos irá se arrefecer com uma acomodação da população diante dos ganhos obtidos e das expectativas quanto aos prometidos avanços democráticos. Em caso positivo, a bonança estaria à vista. Todavia, são muitas as incertezas quando se olha para o horizonte mais adiante. A reforma política está sendo alardeada como a principal saída para a crise. Mas também é grande a sensação de que tudo não passa do velho engodo de maquiar ou procrastinar as mudanças necessárias para uma democracia verdadeiramente participativa.

Há motivos de sobra para a descrença de que essa crise seja superada pelo jogo político entre o Planalto e o Congresso ou por um pacto federativo em torno de medidas pontuais e de resultados paliativos. São medidas direcionadas para contornar as causas mais visíveis e imediatas como corrupção generalizada instalada no aparelho do Estado ou a deterioração dos serviços públicos. Na verdade, tudo indica que essas e outras causas da crise, agora desnudada pela indignação das manifestações, têm raízes bem mais profundas. Acreditamos, por exemplo, que estão, direta e indiretamente, radicadas nas questões da cidadania e do meio ambiente, ainda que os seus nexos não apareçam suficientemente claros e convincentes.

Cidadania – Não se pode negar que o exercício da cidadania ativa e consciente revela-se cada vez mais deteriorado pela desintegração por que passa a civilização moderna. É a chamada crise de valores ou mais propriamente a crise espiritual diante da insanidade e das consequências degradantes do progresso materialista. Vivemos em uma época de crescente desilusão e descontentamento. Nesse contexto, as manifestações expressaram insatisfações concretas e imediatamente tangíveis, seja em relação à má qualidade dos serviços públicos ou à corrupção instalada no aparelho do Estado. Também é fato que a sociedade, e não só a brasileira, vive engolfada em uma sucessão de conflitos, preconceitos e violências entre os diferentes segmentos sociais, formações étnicas, facções religiosas, corporações e agrupamentos partidários. A taxa de homicídios entre os jovens brasileiros, por exemplo, é das mais altas do mundo, o que reflete a desvalorização da vida pela sociedade e pelo Poder Público. Tudo isso concorre para estreitar os caminhos da convivência cívica, para dar vazão aos ódios reprimidos e ampliar o ceticismo diante das instituições. Dessa forma, são corroídas as possibilidades de diálogo e de compreensão mútua necessárias ao exercício de uma cidadania ativa e consciente, condição essencial da democracia. Incrível que isso ocorra num tempo em que a comunicação se dá em quantidade e velocidade nunca vistas, mas que paradoxalmente é reforçadora de um alucinante padrão individualista de vida em busca da felicidade material (ter mais, consumir mais e aproveitar mais). A ética, enquanto portadora dos princípios e das práticas humanas orientadas para o bem comum, para a Justiça, para a verdade, para a solidariedade, em última instância, para o amor vem sendo extirpada das consciências por estar na contramão das aspirações individualistas. Pode parecer uma visão pessimista, mas é notória a falência da família, da escola, da igreja, dos meios de comunicação e das instituições políticas por aceitarem e reproduzirem essa forma individualista de ver o mundo. A busca exacerbada pela realização dos interesses pessoais não apenas rompe os laços de sociabilidade e de vida comunitária, como estimula o egoísmo e até mesmo conduz ao extremo da enganação e da corrupção. O descontentamento levado às ruas foi certamente um protesto contra a baixa qualidade e a desigualdade de acesso pela maioria da população aos bens de consumo e aos benefícios do desenvolvimento moderno (emprego, transporte, saúde, educação, segurança e lazer). Mas, enquanto ato coletivo, as manifestações podem também ser vistas como um despertar da consciência ou um grito de libertação da cidadania capturada e sufocada pela forma de viver imposta pela atual civilização.

Meio Ambiente – O que o meio ambiente tem a ver com as origens e os desdobramentos dessa crise? À primeira vista, essa relação não faz muito sentido. Todavia, ela se torna perceptível quando se observa que todos os elementos dessa crise estão na esteira de uma crise maior, ou melhor, do esgotamento do modelo capitalista, que tem por base a competição, a busca desenfreada de bens e a exaustão dos recursos naturais. Desde os primórdios da industrialização selvagem até a barbárie globalizada dos tempos atuais, os governos e os sistemas políticos têm sido colocados a serviço dos grandes interesses do capital que pouco ou nenhum apreço têm pela ética do Estado e do direito coletivo. Hoje, a sobrevivência desse modelo esbarra inapelavelmente na finitude dos bens naturais. Conforme adverte Leonardo Boff, é praticamente impossível encontrar uma solução para a crise ambiental dentro do modo de produção capitalista. É inerente à logica do mercado, do lucro, da competição e da concentração de riqueza explorar ao máximo as forças produtivas. À selvagem exploração da força do trabalho e à apropriação privada do conhecimento e das tecnologias juntou-se a avassaladora predação dos recursos naturais. Acontece que o crescimento contínuo da atividade econômica tornou-se incompatível com a sustentabilidade do Planeta. Porém, mesmo ameaçado de falência, esse sistema jamais irá suicidar-se ou permitir restrições ao lucro, à conquista de mercados e à contínua expansão do consumo. Pelo contrário, esse modelo buscará todos os meios e artifícios para se prolongar, como é o caso da chamada economia verde pela qual os bens coletivos da natureza passam a ter valor de mercado e a ser contabilizados monetariamente.

Não se trata de uma postura anticapitalista infantil. É fato que também o socialismo democrático vigente em países da Europa aceitou ou incorporou o essencial do capitalismo: o mercado, a concorrência e a ordem financeira mundial. É o que ocorre também com o socialismo totalitário chinês e de alguns países asiáticos e latino-americanos. Seus governos mostram-se incapazes de construir saídas para a crise social e ambiental que só vem agravando-se com a ampliação do consumo irracional e o crescimento insustentável das economias.

Resta a esperança de que um novo paradigma de civilização seja construído para frear ou impedir os processos de destruição que há duzentos anos vem sendo impiedosamente perpetrada. Experiências de autogestão, de economias solidárias, de organizações holísticas e de cooperativas comunitárias surgem em diversos pontos do mundo em contraposição à logica do mercado, do capital especulativo e do crescimento econômico baseado na devastação da natureza. O futuro da humanidade pode estar na propagação dessas células se elas conseguirem construir as bases de uma nova civilização.

No Brasil, uma esperança vem sendo acenada por Marina Silva, desde a sua candidatura nas últimas eleições presidenciais. “Se nós não formos capazes de criar um modelo de desenvolvimento que preserve a diversidade, teremos um grave e dramático problema de sobrevivência”. A viabilização da Rede Sustentabilidade é uma expectativa alvissareira caso as suas propostas contribuam para a construção desse modelo verdadeiramente sustentável.

Conclusão. Não há bonança à vista enquanto persistir a crise ética e ambiental. Como superá-la é o grande desafio lançado pelos protestos, ou seja, para se construir uma democracia participativa requer-se uma cidadania autônoma e solidária. A grande lição que podemos extrair das manifestações é a compreensão de que fazemos parte de um todo. As injustiças feitas a um grupo e a destruição de qualquer parte do meio ambiente dizem respeito aos direitos e ao futuro de todos.

Author: Simon Schwartzman

Simon Schwartzman é sociólogo, falso mineiro e brasileiro. Vive no Rio de Janeiro

13 thoughts on “Gerado Martins: O que virá depois da tempestade?”

  1. Boa tarde.
    Na verdade, realmente, não cabe polêmica ou polemizar.
    Mas…a bendita tempestade continua. Mudou de rumos e tornou-se menos visível e menos ainda palatável. Detesto dizer :…” eu não disse?”. Mas, infelizmente , me parece, é o que estamos assistindo. Caciques políticos, de oposição e de coalizão sendo chutados como “cachorro morto” enquanto explicitamente ou não o que se vê é a busca por novos arranjos políticos que favoreçam retomadas ou rearranjos políticos. Claro, tudo em nome disto e daquilo, citado ou não nos primeiros momentos da tempestade principal.
    Voltei a passar o pente nas redes, imprensa,etc. A tempestade principal continua. Muito embora já cooptada quer pela “grande mídia” ou não. Mas é inquietante a diretiva do ex Presidente no sentido de convocar “a militância” para atuar nas redes e alhures. Inquietante em si e também por deixar claro um desconhecimento da significativa presença desta “militância” nas benditas redes e ou, sei lá, nas ruas.
    Que seja tudo pelo melhor.
    Mas, voltando ao polemizar ou não, citei a “falência” de Detroit. Devo esclarecer que a cidade/condado – município (ou o que seja) faliu por falência anunciada. E um dos principais componentes da falência é a cegueira política. Continuada, ao longo de décadas. Saúde e previdência social – aposentadorias e pacotes anexos, levaram Detroit à sua atual situação. O esvaziamento industrial e consequente redução populacional/arrecadação de impostos em declínio histórico ocasionaram a iliquidez e depois a insolvência.
    O mesmo quadro parece se aplicar a outros entes federados lá dos USA. E cai como carapuça sobre outras sociedades nacionais inteiras do maravilhoso mundo dito desenvolvido.

    Aqui em nossa terrinha, o diagnóstico de iliquidez é aplicável a entes federativos como estados e municípios. Talvez por razões diferentes de Detroit. São estados e municípios que nasceram ilíquidos. E, recentemente nosso governo central “abriu” uma janela suplementar de emissão de dívida para todos os estados e demais entes. Não é algo acachapante. Li, em algum lugar tratar-se de algo como cem bilhões de Reais. Mas, em finanças, quando …se dá corda a enforcado….. O que vai ser? Mais alocação irresponsável de capital? Sim, de capital. Ao fim e ao cabo, trata-se de capital.

    Reducionismo de minha parte? Talvez. Mas qual seria a diferença entre capital – uma massa de moeda nova, financeira, pois emissão de dívida, de estados e municípios e a abertura de capital das empresas X feitas em bolsa? Ou de financiamentos tomados pelas tais empresas X nos dois ou tres mercados de financiamento …digamos – “puro”, contraído junto a bancos nacionais privados e públicos e internacionais.

    A teoria econômica de décadas passadas não se interessava muito por estas diferenças, que podem ser sutis. Mas tornaram-se diferenças enormes nos dias que correm. O que é, afinal, o capital, hoje e o que seria o capitalismo hoje? Não sei. Mas ouso dizer que tornaram-se, ambos, muito mais que dezenas de tons da cor que escolherem.

    Cordialmente, Ajscampello

  2. Concomitantemente com a definição teórica de quem é o homem e como se estabelecem as relações humanas existe uma visão do humano que desejamos. Como disse Gaston Bachelard: “O homem é também a criação do desejo e não sómente a criação da necessidade.” Acredito que o texto do Prof. Geraldo Moisés caminhe na busca dessa síntese enquanto procura um sentido nas manifestações que transcende o lado material e individualista do desejo e o amplia para uma visão de uma busca por alguma coisa além dele mesmo (espiritualidade)

  3. Bom dia!
    Desde o início das manifestações e dos desdobramentos políticos (migalhas) que ocorrem no âmbito dos poderes executivo e legislativo, vários intelectuais, jornalistas e cidadãos têm se manifestado com interessantes e também divergentes análises e comentários. É o natural, pois cada visão está condicionada por crenças, valores e ideologias. A própria explicação científica não é neutra e pode variar conforme as perspectivas teóricas utilizadas, desde um liberalismo ortodoxo até a categorização marxista.
    Grosseiramente, percebo três olhares sobre as manifestações.
    Uma depreciativa no sentido de que a população não sabe exatamente o que quer, seja por um impulso de irracionalidade do ser contra tudo ou ainda por estar sendo usada como massa de manobra por de setores conservadores com o propósito de desconstruir o governo e criar um clima anti-Dilma e anti-PT. As manifestações teriam até um fundo direitista / nazista. Mas há também quem veja o contrário, enxergando no movimento uma oportunidade de mudanças constitucionais favoráveis a um regime populista tipo Hugo Chaves. Muita elucubração, portanto. A leitura que fiz, semelhante à outras impressões que circularam nas redes sociais, considera as manifestações como uma erupção (inconsciente ou não) contra o lado corrompido de nossa pseudodemocracia e também como uma reivindicação pelos direitos sociais, como o direito ao transporte público acessível, à educação, à saúde pública, à segurança, à caráter mais “justo” da Justiça, à democratização dos meios de comunicação, entre outros. Mas é uma ótica pessoal, em que foco não tanto as causas das manifestações e sim um horizonte do que que se poderia esperar delas. Todo olhar para frente tende sempre a ser condicionado por um futuro ideal ou desejável. E nesse aspecto, reconheço que o texto deva ser mesmo bastante questionável. Não levanta uma dúvida, mas muitas dúvidas. Portanto, não cabe polemizar. Pelo contrário, acolho a maioria das críticas e observações que foram postadas por Ana Maria, Augusto Campello , Ivan Moura Campos e Vinicius. Há certamente divergências, mas seria um absurdo se elas não existissem.
    Mais do que tudo, devo agradecer aos comentaristas pelo interesse que a questão despertou nesse nobre e respeitoso espaço do Simon. São tantas as questões colocadas por Campello, tamanha é a complexidade da realidade e tantas as inter-relações dos fenômenos que lhe dão movimento e evolução que é impossível qualquer compreensão simplificada. Por isso, desarmado de pretensões, tento a seguir externar apenas alguns pontos de vista. Posso cometer alguma ironia, mas nenhuma arrogância.

    Não foi meu proposito demonizar o sistema capitalista como o pior dos mundos. Se ele tornou-se um sistema global, adotado em praticamente todos os países, é porque é reconhecido por seus méritos. Muita riqueza e progresso foram gerados pelo uso dos mecanismos competitivos. A melhoria das condições físicas, materiais e intelectuais da sociedade não tem igual na história humana em termos de velocidade e tamanho. A liberdade é certamente o maior de todos os benefícios. A liberdade de escolha dos consumidores, a liberdade de emprego, a liberdade do voto foram conquistas inegáveis. Porém, entre os próprios americanos, não faltam críticas de que apesar de ser um País onde prevalece a livre opinião, o direito de convicções próprias e o voto da maioria, trata-se de uma sociedade severamente controlada por pequeno grupo de poderosos. Obviamente, a aliança “poder & dinheiro” é uma constante em todos os tempos, mas no sistema capitalista ela se torna mais refinada e muito mais forte.
    Concordo que ao colocar o meio ambiente como um fator ligado às origens e aos possíveis desdobramentos da crise possa estar exagerando esse aspecto como se estivéssemos à beira de um cataclismo. Mas, não há exagero destacar as ameaças que decorrem da expansão desse modelo de consumo, tendo em vista a explosão demográfica, a exploração voraz dos recursos naturais e as consequências das mudanças climáticas.
    Mesmo operando em uma escala de produção crescente, apenas uma pequena parcela da população mundial tem suas demandas de consumo atendidas. Os 16% mais ricos do mundo são responsáveis por 78% do total do consumo mundial. Além da extrema desigualdade esse padrão de consumo está chegando ao limite de exaustão dos recursos naturais. (Vejam detalhes no artigo abaixo do economista Marcus Oliveira: http://www.ecodebate.com.br/2013/07/29/uma-economia-so-e-sustentavel-quando-respeita-os-principios-da-ecologia-artigo-de-marcus-eduardo-de-oliveira/ ). Imaginem como e quando será possível estender esse padrão de consumo aos 88% menos ricos e que respondem pelo crescimento populacional em ritmo mais acelerado. Isso sem falar que grande parcela da produção atual é constituída de bens supérfluos e descartáveis (obsolescência programada).
    É fato que uma legislação punitiva e implacável pode contribuir para humanizar e tornar menos selvagem o sistema, mas daí falar em “capitalismo ético” é um passo gigantesco. Campello mencionou, por exemplo, a falência de Detroit como exemplo positivo e de seriedade do capitalismo americano. Mas não me parece ético uma punição coletiva para uma cidade símbolo da cultura automotiva, reduzindo sua população de 1,8 milhão para 700 mil, dos quais 40% vivem abaixo da linha da pobreza e tornando a cidade na mais violenta do país. É a punição por ter perdido a competitividade em decorrência das crises econômicas e da concorrência asiática. Mesmo que queiramos ter uma visão positiva sobre a nosso futuro esse é um nítido retrato da “irracionalidade” destrutiva do sistema.
    É possível falar e desejar uma postura ética das corporações, mas ela será sempre vista pelo prisma dos interesses de expansão e de manutenção do sistema. A corporação moderna é uma entidade fria e desvestida de qualquer consciência ética. Acredito, é claro, na postura ética de pessoas, executivos e dirigentes. Há empresários incapazes de fazer um negócio desonesto ou prejudicial ao consumidor e ao meio ambiente. Eles podem, num futuro de sonhos, dar um outro sentido ao processo de competição. Ao invés de anular o concorrente, canalizar as energias para lutar em conjunto, tendo em mira o bem da humanidade e a preservação do Planeta.
    Quanto à atribuição de valor dos bens da natureza, nenhum mal realmente existe, mas sob a ótica empresarial capitalista. O que se questiona é se é ético apropriar-se e mercantilizar bens coletivos que fazem parte do bem comum.
    Também, nada a discordar quanto ao fomento governamental ao “consumo de massas” mediante isenções fiscais, juros rebaixados e facilidades de crédito. Foi essa a opção do “socialismo petista” para manter o crescimento acelerado e de forma consistente com o modelo de mercado. O discutível é se essa escolha foi a mais correta, tanto no que diz respeito aos riscos do endividamento das famílias, como da sustentabilidade do próprio modelo, conforme foi bem exposto por Campello.
    Por fim, não vejo como ser condescendente com a afirmação de Moura Campos de que “o Altruísmo, enquanto princípio norteador de uma Ética (de viés claramente socialista), pode ser nocivo.” Nocivo para quem? Estamos diante de uma questão existencial da natureza humana. Cada dia mais cresce a crença de que dinheiro traz felicidade. Mas também, no vácuo moral do materialismo, crescem as moléstias psíquicas, a violência e muitos distúrbios causados pela noção errada de competição. Claro que o antagonismo entre riqueza material e riqueza espiritual tem milênios, mas acho que não há racionalidade na ganância e na avareza. Não é racional um sistema que polui rios oceanos e depois comercializa um copo d’água em valor exorbitante.

    Sem pretender ser maquiavélico, mas parece-me bem atual a seguinte assertiva de Joseph A. Schumpeter: “Marx estava errado em seu diagnóstico sobre a maneira como entrará em colapso a sociedade capitalista. Mas não errou ao dizer que ela sucumbiria um dia”.
    (Em “Capitalismo, Socialismo e Democracia”. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1961, pg 486.)

    Cordialmente,
    Geraldo M. Martins

  4. Boa tarde.
    Nosso amigo, Geraldo Martins deixa uma dúvida no ar. A de que a ética da comunicação de Habermas não serviria ao Capitalismo. Certamente. Capitalismo , visto como um estamento do corpo social – o dos capitalistas, não apreciam muito a contestação e menos ainda o livre debate a respeito de práticas tidas ou percebidas como danosas. Danosas à sociedade ou à natureza.
    Mas, repare-se que um movimento, encabeçado por R Nader, forçou o capitalismo a dar explicações e o (s) estado(s) a reforçar uma postura política proativa de maneira a cercear e a punir os exagêros do (s) capital desumanizado e destrutivo. Hoje temos toda uma legislação de controle dos desvarios “capitalistas”.
    E, : ” O mundo gira e a Lusitana Roda”. Na atualidade temos diversos tipos de capitalismo. E “modas” capitalistas. Temos o capitalismo de estado. Coisa comum aqui no Brasil, representada por estatais. Temos a moda capitalista de pintar os empreendimentos de verde (greenwashing).
    O Capitalismo Estatal é duro de roer. Alguns anos passados fiz, por dever de ofício, uma análise comparativa de Balanços Gerais de uma estatal brasileira. Não batia. Havia saltos e rebaixamentos inexplicáveis. Coisas deste tipo – analises comparativas, são coisa corriqueira . E informam organizações que hoje são pomposamente designadas como “formadoras de mercado”. O resultado pode ser a desconfiança e a queda de valor de ações cotadas em bolsa ou o retardo e mesmo o abandono de investimentos. Ou, ainda a alternativa malsã de investimentos oportunistas.
    Quanto ao greenwashing, mentira ou o apregoar de meias verdades, não resistem a uma boa perquirição. Infelizmente ainda não há punição para isto. Uma boa solução é, por incrível que pareça, uma postura empresarial ética. São empresas que rompem os laços comerciais com outras que são flagradas praticando o greenwashing ou coisa pior.
    Há, portanto, caminhos a serem explorados e, na eventualidade de serem adequados, utilizados.
    Um dos grandes “pecados capitalistas” do momento é a invasão de privacidade. Pessoalmente, penso que se trata de um debate falso.
    Sempre fui correntista de uma instituição financeira estatal. Há quarenta anos passados, fiquei chocado com a quantidade e a qualidade das informações de que dispunha, a meu respeito, aquele instituição. Bancos, estatais e privados, sempre souberam mais a respeito da vida particular de seus clientes do que seria razoável. Portanto, não foi a www que inaugurou esta prática de bisbilhotice. Ela apenas a ampliou.
    Mas, voltando ao ponto do debate ético entre partes, como debater com o estado? O estado detém os poderes de império e o discricionário. Em termos práticos, um cidadão que se veja compelido a usar o último recurso de que dispõe – o judicial, pode ser simplesmente “tratorado” por um estado que dispõe de tais poderes.
    E, como fica o indivíduo? Ou a própria sociedade, que se manifesta e depois percebe que suas manifestações serviram a propósitos de rearranjos de fôrças políticas?
    Cordialmente, AjSCampello

  5. Boa noite.

    O autor do artigo, Sr Geraldo Martins, coloca uma pergunta : o que virá depois da tempestade….
    Fiquei curioso. Deixei um pouco de lado o trabalho e tratei de fazer uma espécie de varredura nas ditas redes sociais, nos jornais – papel e nos que disponibilizam matérias na www. Ainda há bastante fervura. Posso estar redondamente enganado mas, a tempestade ainda não passou. Cordialmente, Ajscampello

    1. Prezado Augusto Campello.
      Você está certo. Também não afirmei que a tempestade das manifestações já passou. Apenas indago sobre o que poderia vir depois de sua eclosão. Abs

  6. Prezado Simon;

    Peço licença para voltar ao debate.
    O que aconteceu com ‘maio de 68?Este movimento pode ser visto como um sinal de que as forcas produtivas estavam avançando em direção à cultura e ao conhecimento, aproximando as esferas do mundo econômico da esfera do mundo da cultura. Cultura e conhecimento estariam se transformando em força produtiva direta. A repressão, seguindo a este movimento (que varreu transversalmente todo o mundo) aniquilou-o de forma brutal. Ela (repressão) pode ser entendida, como o intento de facilitar ao capital a realização de suas continua e incessante dinâmica de renovar o modo de produção, através de novas tecnologias e novos produtos. Cultura e conhecimento, antes concebidos como deleite e instrumentos para pensar valores, passaram a se concebidas como mercadoria/ objeto de consumo. Reformas universitárias ocorreram em todo o mundo para os ajustes necessários. A industria cultural foi se estabelecendo e se revigorando. Qual o resultado prático disto? A revolução política, de natureza estrutural, buscada pelos jovens, resvalou-se em revolução cultural: a juventude transformou-se em categoria sociológica, instaurando novos hábitos culturais, moda, linguagem, música, entretenimento. O mundo se tornou mais colorido, despojado e coloquial. Um segmento do mercado surge para dar vazão ás novas necessidades deste grupo social

    Qual a característica do conflito social moderno?Entre os anos sessenta e oitenta do século XX, o capitalismo viveu a sua época de ouro, muito produziu, muito lucrou, muito gerou de excedentes, muito se avançou, no sentido de escolarização dos jovens, muito mais se produziu em alimentos, medicamentos, assistência á saúde etc. Resultado, esta geração criada neste período tornou-se mais escolarizada, mais bem informada, mais saudável s mais alta que seus pais, mas cidadã… Assim constituída, ela foi demandando e conquistando novas dimensões dos direitos sociais- mais saúde, mas educação, mais verde, mais ar puro, mas liberdade de dizer e de querer, mas transporte, habitação, segurança, novas relações sociais e familiares. Enquanto isto,.na década de oitenta do Século XX, vem uma crise econômica, uma parada no crescimento, Se antes, poder-se-ia dizer aos jovens comportem-se porque há um lugar esperando por você no mundo, estude, pois há empregos e bons esperando por você no amanhã. A bonança desaparece e vem a tempestade.

    Assiste-se, aí, a introdução de novas tecnologias de base microeletrônica no setor produtivo e na vida social, permitindo a alteração radical dos meios de produzir armazenar e distribuir informação: Instala-se ‘a sociedade do conhecimento’, alteram-se o modo de produção, as relações de trabalho, as relações sociais. Tudo que é solido (se) desmancha no ar .As ocupações adquiridas para todo o sempre, desaparecem; aprender passa a significar reaprender;, estudar pressupõe estudar durante toda a vida; e os empregos se pulverizam.O mundo se torna plano, um emprego está, aqui, manhã no Japão, na China, na Coréia, enfim na no mundo, na capital ou no interior, na fazenda ou na cidade.O adulto não tem ou não sabe o que dizer aos jovens, o pai perde a autoridade sobre o filho.O adulto imita o jovem, ser jovem virou uma meta ds adulto.A sociedade do espetáculo, do marketing atinge todas as esferas da vida social. Todas as instituições formativas de princípios e valores ficam atingidas e estão em estado de catatonia. Os jovens aprendem, apesar da inércia dos sistemas escolares, buscam seus valores trocando links entre si, tentam conviver com famílias que parecem caminhar para um perfil de natureza polifórmica ou multiversa

    Os jovens estão soltos, como miríades deixados no mundo. Descobrem-se enquanto povo- ‘O povo é você’, diz o rap ‘Sha’ .Utilizam o ‘pombo correio’ da modernidade’-o e-mail, o facebook, para exigir uma plataforma de serviços públicos, com padrão de qualidade da indústria de ponta e dos serviços com qualidade total. Volta a atualidade da frase de 68, “a imaginação no poder.”Pedem aos governantes a conversão de seus cargos políticos, em políticas públicas condizentes com o atual padrão de desenvolvimento que a humanidade atingiu.Pedem que convertam desenvolvimento em dignidade do existir humano.

    A Ágora está á nas ruas, está nas redes sociais. Todos podem participar, basta saber ouvir e discutir.Todas as instituições formativas e de cultura devem estar aberta ao dialogo.Vivemos a horizontalidade no plano da construção do porvir.A ética da ação comunicativa de Habermas, na qual cada um, livre de seus preconceitos e verdades preestabelecidas, aceita o debate de ‘peito aberto’..?E o Vandalismo?- Parece coisa da repressão parece coisa de bandido e não de cidadão deste mundo magnífico que nos foi dado o privilegio de pertencer.
    Atenciosamente,
    Ana Maria de Rezende Pinto

    1. Prezada Ana Maria
      Muito grato pelo seu comentário que contribuiu bastante para a minha compreensão sobre o comportamento e a cultura dos jovens nesse meio século de grandes transformações da sociedade. Como você destacou são evidentes as relações dessas mudanças com o movimento do capital em busca de “sua continua e incessante dinâmica de renovar o modo de produção, através de novas tecnologias e novos produtos. Cultura e conhecimento, antes concebidos como deleite e instrumentos para pensar valores, passaram a se concebidas como mercadoria / objeto de consumo”. Não se pode negar que o progresso econômico resultou em benefícios incalculáveis em todos os campos, medicina especialmente, graças aos avanços científicos e tecnológicos que proporcionaram a chamada ‘sociedade do conhecimento’. Mas também é fato que as corporações modernas são movidas por um único propósito: lucrar e ganhar dinheiro. Esse é o espelho que norteia os jovens e toda a sociedade. O desejo de possuir bens materiais é a poderosa alavanca do sistema. O bombardeio do marketing insiste em reforçar a crença que dinheiro traz felicidade, que os seguros garantem o futuro, que os medicamentos trazem saúde e que o maior domínio possível de informações técnicas, científicas e jornalísticas proporcione maior sabedoria. Daí, a corrida aos diplomas e aos melhores empregos no mercado. A competição (meio de sobrevivência) vai premiar quem consegue ter mais, saber mais e se esforçar mais. É o lado “justo” do capitalismo. Nessa luta os jovens ou se transformam em bons consumidores / clientes ou ficam à margem da esperada felicidade. Como as crises são cíclicas a balança pode pender mais para um lado ou outro. É possível que as insatisfações, as frustrações e as ambições crescentes estejam por detrás das manifestações. Não sei se estariam pedindo conscientemente para que convertam o “desenvolvimento em dignidade do existir humano”. Mas é cada vez maior o número das pessoas que desejam um humanismo para a economia. Porem, há incerteza e ceticismo de que a “ética da ação comunicativa de Habermas” seja compatível ou um bom negócio para o sistema capitalista.
      Cordialmente,
      Geraldo M. Martins

  7. Boa noite.
    O indivíduo ou a sociedade, quem tem primazia? Sinto dizer que ainda não há uma resposta, um sistema, político . econômico ou o que seja, capaz de deslindar satisfatoriamente, este dilema. Parece-me que o homem busca esta resposta desde sempre.
    Para tanto, teorias e ideologias , sistemas, da mais diversa estirpe tentaram e falharam retumbantemente alguns, obtiveram outros algum êxito. A meu ver e entender, nada plenamente satisfatório.
    Entretanto, algumas idéias ou formulações ideológicas , que resultam ou das quais se derivam sistemas, estão francamente datadas, ultrapassadas. Entre outros fatores, o próprio capitalismo mudou, alterou-se. Há um capitalismo ético na praça. Incipiente, tímido? Sim, mas há. E há, também a atuação dos estados , cada vez mais acentuada, no sentido de limitar , de “adestrar” o impulso selvático do lucro a qualquer prêço.
    No “grande satã” do capitalismo, os USA, o estado lá deles, através da legislação e da punição dela derivada, é implacável. Multas bilionárias são aplicadas…e pagas. Cidades – a da vez é Detroit, vão à falência. O dinheiro do cidadão contribuinte, usado para “salvar” bancos e empresas, está fluindo de volta para o estado, para o cidadão contribuinte. Há extrema seriedade por lá.
    Atribuir um valor, precificar os bens da natureza…o que há de mal nisto? Aqui no Brasil, as empresas de mineração são obrigadas a recompor as áreas que alteraram. Multas são aplicadas. O que é isto senão indiretamente precificar bens naturais? Mineradoras colocam sim, em seus balanços valores de recomposição de recuperação do meio ambiente e colocam também reservas para eventuais multas, ou fazem seguros, quando aí sim a porca torce o rabo aqui, as seguradoras aceitam o risco. Falha nossa.
    A idéia do cooperativismo é muito bonita. Mas de que tipo de cooperativa se fala? Há diversos. A tônica é a da cooperativa subsidiada de alguma forma. O que introduz distorções.
    Distorções, como? Veja-se o exemplo das inúmeras cooperativas de produtores leite vacum. O produtor compra, na cooperativa, desde vacinas até sal grosso e outros insumos necessários para produzir leite. O prêço é menor. Há subsídio via isenção de impostos. No mínimo o prêço dos insumos, no balcão da cooperativa é menor, sempre. O leite é vendido à cooperativa. O prêço do leite fica distorcido. Mais ainda se levarmos em conta que o produtor de leite paga a eletricidade que consome a prêço bem mais baixo .
    Cooperativismo é ótimo. Mas seus limites devem ser bem claros. Inclusive no que se refere ao fator tempo.
    Ivan Moura Campos, aí abaixo, cita o autor do artigo em debate , falando da …”busca exacerbada pela realização dos interesse pessoais”….O interessante é que estamos vivendo uma experiência de fomento ao “consumo de massas” – juros enfim um pouco rebaixados e fartura de crédito. A respeito, o li recentemente é que mais de 50% das famílias brasileiras estão endividadas. Vamos continuar com o sinal verde aceso ou devemos exigir que ao menos se mude para o amarelo? Sim, o amarelo pois há que se considerar que endividamento com renda ainda baixa pode resultar em males bem piores. Como a perda da capacidade de poupar.
    Poupar? Sim. A faxineira que vem à minha casa trabalhar, há alguns anos passados, conseguiu comprar um tanquinho. Poupando. O eletrodoméstico pifou e ela , hoje, só pode comprar um novo, via crédito.
    Cordialmente, Ajscampello

  8. Por séculos as sociedades humanas foram economicamente ineficientes e, à medida em que se complexificavam, tornavam-se mais rigidamente estratificadas. A revolução industrial e a ciência aplicada permitiram o surgimento de um sistema capaz de gerar riqueza como nenhum outro conhecido pelo homem. Ao fazer com que a economia deixasse de ser um jogo de soma nula para se transformar noutro em que todos ganhavam em maior ou menor grau, concorreu para a flexibilização da hierarquia social. Ora, o consumismo criticado pelo autor é apenas uma faceta do crescimento econômico tão necessário à garantia da liberdade, à inclusão social e à contenção das pressões demográficas. Receio que seu humanismo não seja adequado à realidade das sociedades complexas ou que sua adequação tenha de ser feita de maneira desumana.

  9. “A busca exacerbada pela realização dos interesses pessoais não apenas rompe os laços de sociabilidade e de vida comunitária, como estimula o egoísmo e até mesmo conduz ao extremo da enganação e da corrupção.”

    Concordo, evidentemente, com os princípios que regem a solidariedade humana. Não obstante, essa frase é um exemplo de como o Altruísmo, enquanto princípio norteador de uma Ética (de viés claramente socialista), pode ser nocivo. Ao deixar de incentivar com clareza os jovens a se esforçar e galgar melhores condições de vida (e, sim, obter conquistas materiais tais como bons salários, casa própria, conforto, até riqueza!), glorificam a pobreza enquanto valor em si.

    Os jovens, principalmente os das comunidades mais carentes, estão muito necessitados de quem os incentive a estudar, batalhar, “ralar”, trabalhar, para adquirir habilidades que lhes garantam melhores salários e melhores condições de vida.

    Nessa vida.

  10. Boa noite.
    Sou levado a concordar com a Sra Ana Maria. Mudanças, pontuais e de ordem geral, paradigmáticas, são impulsionadas pela juventude.
    Mas, que juventude? Aquela que se motivou e entusiasmou via redes sociais? Certamente. Mas, há uma outra juventude. Que , tavez, comece a se engajar em esforços por mudanças de essência.
    Por estes dias tenho conversado com um executivo de instituição – como dizer..para-pública. De ensino, pesquisa, construção de conhecimento e prestação se serviços , principalmente a governos em suas diversas instâncias federativas.
    De início, pensava ele que eu tinha uma postura niilista. Que estaria…contra tudo o que aí está. Que havia ligado uma metralhadora giratória. Expliquei e reiterei que não se tratava disto. Antes tratava-se de estar fazendo, mais uma vez em minha vida (aos 70 anos), , fazendo política. Juntando-me aos jovens mobilizados que foram e voltaram para as ruas. Posteriormente, debatendo com eles. Tentando não oferecer soluções prontas ou idéias e conceitos meus. Apenas, levantar a lebre. Explicar o que era o que em política, o que são e como atuam as instituições. A eles de perceber se o que são e como atuam é aceitável ou merecedor de mudanças. Esclarecer o que é o serviço público. A eles de decidir se é aceitável ou a ser mudado. A eles de decidir se a dívida pública interna é aceitável ou não, e como ela é formada e por quem, com que intuitos. O que é capitalismo e seu estágio atual. O que é globalização. Qual a importância da “velha” bandeira da ecologia.
    Meu interlocutor entendeu minha postura. E, lancei-lhe um desafio : minha geração tem pouco a fazer – a contribuir, bastante, se alguém perguntar o que pensamos, vivemos. Minha geração passa a bandeira a esta geração que foi às ruas mas, também a esta outra que está na sua plenitude de produção. Já inserida e atuante nos diversos estamentos da sociedade e de suas organizações e instituições.
    À juventude, àquelas duas acima apontadas, indico, quando me perguntam, sites como este aqui. Sem puxasaquismo. Ou os diversos grupos de conversa que se formaram , por exemplo, no face book. Sem medo de serem “monitorados por baracks e seu prisma ou pelos nossos, via seus ” guardiões”.
    Agora, comentando o Dr. Geraldo.
    Há uma crise na humanidade? Há. Diria que ela começou a se instalar lá pela década de 70 do século passado. Diria que cada país/sociedade nacional, ou organizações supranacionais – como a zona do Euro, está envolvida nela, quer o queira ou não. E que não luta social que faça falta. Desde os reprimidos protestos da velha Rússia, da milenar China, da Primavera árabe, e por aí em fora. Inclusive a margem mínima de vitória eleitoral de N Maduro na Venezuela.
    E, que modelos poderemos escolher? O demonizado capitalismo ocidental? Ou aquele estatal , modelo chinês? Ou o fomento do “mercado de massas”, à feição petista? Democracia r epresentativa? Ou a ainda pouco explicitada democracia direta?
    E as “políticas públicas” relativas ao meio ambiente? Preservacionismo tipo : “parem tudo” e tratem de replantar as florestas? Ou manejo florestal? Punição para o “greenwashing”? Mas o que é greenwashing? Por acaso nossos governos não o fazem? Boa noite

  11. Simon,
    Penso que por enquanto os jovens vão continuar nas ruas e isto é bom.Como disse Papa Francisco” a juventude é a janela por onde entra o futuro do mundo”.
    Atenciosamente,
    Ana Maria

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