Apoio à gestão da educação no Rio de Janeiro

ESTA CARTA JÁ FOI ASSINADA, DENTRE OUTROS,  POR: Ana Maria Diniz, Alan Grimm, Alexandre Mattos de Andrade,  André Portela de Souza, Antonio Prates, Cid Pimentel,  Claudio Haddad, Cláudio de Moura Castro, Creso Franco, Edson Oliveira Nunes, Fernando Padula,  Fernando Luiz Abrucio,  Fátima Alves, Flavio Grynszpan, Floriano Pesaro, Gilda Portugal Gouvea, Gisela Wajskop, Guiomar Namo de Mello, Guiomar de Oliveira Passos, Helena Bomeny, Hélio Barros, Hubert Alqueres, Ines Carvalho, Ilona Ferrão de Souza, Isabel Magalhães, Iza Locatelli,  João Batista Araujo e Oliveira, João Fiorini, Joaquim Falcão,  Jorge Jatobá, José Francisco Soares, Leandro R. Tessler, Livia Paes Barreto,  Marcio da Costa, Luiz Jardim, Maria Helena Guimarães Castro, Maria Inez Fini, Maria Zélia Dias Miceli,  Mariza Abreu, , Mario Brockman Machado, Naercio Aquino Menezes, Paula Louzano, Paulo Ferraz, Rafael Parente, Ricardo Chaves Martins, Ronald Guimarães Levinsohn, Ruben Klein, Salete Pinto Cadore, Sergio Benatti,  Sérgio Guimarães Ferreira, Sergio Hora, Silvia Vespoli, Simon Schwartzman, Sylvia Figueiredo Gouvea, Tania Maria Viegas, Xico Graziano, Yara Cunha Costa, Yvonne Maggie

SE VOCE CONCORDAR COLOQUE SEU NOME no link abaixo:

http://www.petitions24.com/em_apoio_a_gestao_da_educacao_no_rio_de_janeiro

EM APOIO À GESTÃO DA EDUCAÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Com mais de dois meses, a greve dos professores municipais do Rio de Janeiro colocou em debate diferentes propostas para a gestão da educação brasileira. Escolas e sistemas de ensino têm como objetivo promover o sucesso escolar dos alunos, assegurando que aprendam o necessário para a vida em sociedade, sejam aprovados para os anos letivos seguintes e concluam o ensino fundamental e médio na idade certa. Para isso, é preciso valorizar e apoiar os professores e as escolas. Várias iniciativas da Prefeitura do Rio apontam nessa direção, assegurando a melhoria da qualidade do ensino.

Estudos e pesquisas educacionais comprovam que é necessário aumentar progressivamente a jornada escolar dos alunos das atuais quatro para sete horas diárias. Por isso, oferecer educação em tempo integral é uma das 20 metas do Plano Nacional de Educação em debate no Congresso Nacional. Isso está sendo feito pela Prefeitura do Rio.

Ao mesmo tempo, é preciso aumentar progressivamente as atuais jornadas de trabalho dos professores, que são parciais com 16 ou 22 ou 30 horas por semana, para a jornada integral de 40 horas semanais. Por isso, são diretrizes para os planos de carreira do magistério, fixadas pelo Conselho Nacional de Educação, jornada de trabalho preferencialmente em tempo integral com 40 horas semanais e incentivo à dedicação exclusiva em uma única escola. Isso está sendo feito pela Prefeitura do Rio.

Além de professores vinculados a uma e somente uma escola, criando com seus alunos uma verdadeira comunidade escolar, é preciso mais. A sociedade brasileira e os professores precisam saber com clareza o que os alunos devem aprender. Para isso, é necessário um currículo para a rede de ensino e material pedagógico estruturado, preparados com a participação dos professores, incluindo aulas digitais e um sistema de avaliação, como provas bimestrais, para orientar e apoiar o trabalho dos docentes em sala de aula. Isso está sendo feito pela Prefeitura do Rio.

Ao mesmo tempo, a sociedade que provê os recursos para a educação pública precisa saber o que os alunos estão aprendendo. Para isso, é necessário avaliar a aprendizagem, começando pela alfabetização das crianças no primeiro ano de escola, o que deve ser feito pelo governo e com resultados divulgados para todos acompanharem o desempenho do sistema escolar. A sociedade tem esse direito. Isso é democracia. Isso, o MEC faz com os testes do Saeb e o Ideb. Vários Estados e Municípios fazem. Isso está sendo feito pela Prefeitura do Rio.
Por fim, não há boa escola sem bons professores, valorizados e apoiados. Para isso, são necessárias inúmeras ações articuladas: recuperar progressivamente o valor dos salários; assegurar capacitação e formação continuada aos profissionais do magistério; valorizar a dedicação e o empenho dos docentes, concedendo um prêmio anual às equipes escolares que melhorem os resultados de sua escola em relação ao ano anterior. Isso, diferentes Estados e Municípios fazem. Isso também está sendo feito pela Prefeitura do Rio.

É legítimo que os professores reivindiquem melhores salários, mas isto não pode ser feito em detrimento das crianças que ficam semanas e meses a fio sem escola. Além disso, é preciso reconhecer que, enquanto o reajuste do valor do piso nacional dos professores foi de 7,97% em 2013, os professores municipais do Rio de Janeiro receberam um reajuste de 15,3%, dos quais 8% foram aumento real para todos os professores e funcionários, no novo plano de cargos e salários. Antes mesmo desse reajuste, o salário inicial para a carreira de 40 horas no município do Rio de Janeiro já era o maior entre as capitais estaduais.

POR ESSAS RAZÕES, A GESTÃO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL NO RIO DE JANEIRO É, HOJE, EXEMPLO DE SOLUÇÕES QUE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, COM FOCO NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS E PROFESSORES VALORIZADOS. POR ISSO, MERECE NOSSO APOIO.

Author: Simon Schwartzman

Simon Schwartzman é sociólogo, falso mineiro e brasileiro. Vive no Rio de Janeiro

24 thoughts on “Apoio à gestão da educação no Rio de Janeiro”

  1. Bom fim de semana a todos.

    Dr. Simon, não assino.

    Passei algum tempo buscando informações. O que encontrei foi confuso e mal embasado. As eternas estatísticas mal feitas. Digo mal feitas porquanto nos dias que já correm há alguns anos há metodologias mais abrangentes, detalhadas (granulometria da data base…) e mesmo capaes de reconstruir – embora parcialmente, séries históricas.

    Outra fonte de minhas dúvidas : indefinição de receitas/orçamento detalhado e ,sim, impositivo a médio e longo prazos.

    Em lugar (fonte/documento ) algum encontrei razoávelmente explicitado como a Prefeitura pretende fazer face ao adensamento urbano e sua tradução inevitável : demanda crescente por salas/vagas com deslocamento desta demanda de algumas áreas para outras. É a sempre olvidada demografia, suas janelas de oportunidade versus planejamento ou não da verticalização da cidade e expnasão de sua área ….

    Cordialmente, Ajscampello

  2. Prezado professor Simon,
    Em primeiro lugar, quando citarem “estudos” seria bom que citassem as fontes, senão afirmações tem credibilidade zero. Segundo, normatizar e engessar demais o currículo pode não ser necessário para atingir bons índices, vide alguns sistemas como o Finlandês. Isso tolhe a autonomia escolar e docente. Terceiro, A prefeitura DESCUMPRE A LEI quando não aplica a regra de 1/3 de planejamento. Ser professor não é ser improvisador. Planejar a aula demanda tempo. Sem um bom planejamento o sistema falha! Quarto, Quando você se refere aos testes nacionais (de qualidade extremamente duvidosa) acaba dando um tiro no pé. Os índices dos alunos do Rio de Janeiro são pífios! E um dos motivos é essa obsessão pela relação idade-série, que coloca as CRE’s pressionando os diretores de escola para reduzir o índice de reprovação, mesmo que o aluno termine o ensino como analfabeto funcional. Como educadores, creio que vocês deveriam ler um pouco mais e conhecer melhor a realidade da educação no Rio de Janeiro…

  3. Caro professor Simon Schwartzman,

    Li seu abaixo-assinado com muita atenção e interesse, mas, como professor do Município do Rio de Janeiro, e tendo tomado parte na greve, naturalmente discordo de muitos pontos defendidos pelo senhor.
    Embora a ampliação da carga horária de professores e a permanência dos alunos nas escolas por um tempo mais longo seja desejável, não podemos concordar que isso seja feito com a adoção de professores generalistas, que seriam responsáveis pelo ensino de várias disciplinas estando preparados para ensinar uma só. Ainda que concordemos que essa é uma mudança que poderia ser desejável, ela deveria ser preparada nas universidades. Adotada de forma improvisada e atabalhoada como tem sido feita, ela não produziria bons resultados.
    Esse é outro ponto importante, no qual o senhor teve o cuidado de tocar. A Prefeitura do Rio de Janeiro propaga com frequência progressos na aprendizagem dos alunos mencionando índices que poucos sabem como são construídos. Se alguém consultar qualquer professor atuante na rede municipal poderá descobrir que alunos com defasagem idade/série não fazem as provas da prefeitura porque estão em projetos de “aceleração” onde as aulas são ministradas por professores generalistas. Excluídos os alunos com maiores dificuldades (que nem por isso têm uma atenção mais individualizada), as turmas fazem avaliações que muitos professores acham extremamente fáceis para seu nível de desenvolvimento. Todos sabemos que avaliações são instrumentos úteis, mas que devem ser vistos com alguma reserva porque podem levar a diagnósticos enganosos. As avaliações da rede municipal do Rio de Janeiro e mesmo a Prova Brasil não são exceção à regra.
    A implementação destes projetos se constitui em outra controvérsia. Sua elaboração foi delegada a empresas privadas que para isso receberam recursos públicos. Será que estas empresas têm alguma competência que os profissionais da educação que já trabalham na rede não têm? Vendo o material que produzem, eu francamente não acho. Ver estes recursos muito mal empregados preocupa a todos que vivem o cotidiano da educação do Rio por dentro. Até porque eles fazem falta em questões estruturais fundamentais. Duvido que o senhor não tenha ouvido alguma queixa de um professor sobre condições de trabalho degradantes especialmente superlotação em sala de aula e clima sufocante em meses mais quentes. Se precisamos de material de apoio, não seria mais sábio nos perguntar do que precisamos e deixarmos elaborar o que for necessário? Ainda mais sabendo que nós conhecemos melhor do que ninguém a realidade de nossos alunos? Não é assim que pensa a Prefeitura do Rio de Janeiro.
    Quanto à nossa valorização, não conseguimos percebê-la. Será que estamos errados? Para começar tenho o desagradável dever de informá-lo que a Prefeitura descumpre reiteradamente a obrigação constitucional de destinar 25% de sua arrecadação para a educação o que foi objeto de ação do Ministério Público (http://nota-dez.jusbrasil.com.br/noticias/3081677/mprj-ministerio-publico-obtem-decisao-da-justica-que-obriga-prefeitura-do-rio-a-investir-em-educacao) e que ela sofre acusações de desviar os recursos do Fundeb para outras finalidades como repasses para a Rio Ônibus (http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/08/20/prefeitura-do-rio-e-investigada-por-repasses-do-fundeb-a-empresas-de-onibus.htm). Com tantas ilegalidades que redundam em perdas para os professores, é difícil imaginar que eles se sintam valorizados. Além disso, o aumento proposto pela prefeitura foi de 6,75% (inferior a 7,97%) e apenas foi elevado por ocasião do movimento grevista.
    Por fim, seu ponto de vista de que foi uma reivindicação salarial que motivou a paralisação é desmentido pelos fatos. Foi o PCCR a razão da discórdia. Fomos chamados a negociar a elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Remuneração e subitamente um plano pronto foi entregue à Câmara dos Vereadores. Somente uma razão técnica, confiante em seus cálculos e cega a qualquer outro motivo, portanto, prepotente e antidemocrática, poderia se arvorar do direito de agir com tamanha arrogância e ainda se espantar com a reação a seus ditames infalíveis. Se tudo em educação é feito com professores, se é conosco que familiares, secretários, governantes em todos os níveis contam para educar os jovens, por que não nos ouvir? Acreditamos que a nossa participação tem muito a aprimorar na gestão da educação nesta cidade e que nossos colegas em muitos pontos do país, longe de serem um custo administrativo (como muitos governantes os veem), são um importante recurso para a melhoria da educação neste país.
    A greve foi feita por outras razões e a questão salarial está longe de ser a maior delas. Entendo sua preocupação com os alunos da cidade do Rio de Janeiro, mas creio que considerando as coisas de outra forma, a greve, afinal, foi feita em benefício deles e que o senhor poderá concordar ou ao menos levar em conta nossas razões.
    Atenciosamente,
    Luiz Bruno Dantas.

    1. Recebi várias mensagens contestando a carta de apoio à Secretaria de Educação do Municipio do Rio de Janeiro, e, pelas regras do blog, estou publicando as que, como esta, expressam a discordância das pessoas sem apelar para os ataques e insinuações pessoais. Tenho certeza que, ao lado de uma tentativa séria de melhorar uma situação calamitosa em que estava a educação da cidade (como também do Estado), muitas coisas podem não ter dado certo ou terem sido mal concebidas, e é preciso avaliar bem o que está sendo feito para continuar avançando. Para isto o debate é essencial.

      1. Sr. Simon, agradeço muito por sua última reflexão e acredito que chegamos a um ponto importante de nosso debate em tão digno fórum. O senhor coloca que o debate deve continuar e foi exatamente isso que fez nossa greve emperrar por 50 dias. O Sr Prefeito e sua secretária romperam as vias de diálogo e vetaram qualquer encontro para negociar durante todo esse período. Marchamos dezenas de vezes até a porta da prefeitura apelando por um encontro que reabrisse a mesa de negociação.
        respeitosamente

    2. Caro Luiz Bruno:
      1) Os professores polivalentes que estão nos ginásios experimentais assinaram um documento onde dizem desejar participar da experiência. Os resultados têm sido positivos e discordo que a preparação dos professores não é pensada.
      2) O IDEB é construído a partir de notas de provas externas + índice de aprovação. As notas das provas bimestrais não contam.
      3) A proporção dos alunos que participam de projetos sobre o total dos alunos não é significativa = não há como impactar no resultado final.
      4) Sabemos e investigamos todas as escolas onde a taxa de absenteísmo para as provas externas é muito alta.
      5) Há, obviamente, metodologias e soluções geradas pelo setor privado que podem auxiliar o trabalho de professores e escolas. A maioria dos professores que participa desses projetos aprova a qualidade da metodologia.
      6) A negociação com o sindicato aconteceu em diversos momentos mas, como havia um prazo de 30 dias para envio a Câmara e a greve não foi suspensa, não havia tempo suficiente.
      Coloco-me à disposição para uma conversa presencial.

      1. Sr. Simon, obrigado por retirar também algumas das mensagens ofensivas aos professores, estavam realmente acima do tom. Sou professor do sexto ano experimental e se a polivalência está dando resultado é apenas porque somos pressionados à aprovação total. Posto isso, repito a minha pergunta: vocês conhecem alguma escola com bom desenvolvimento que utiliza essa metodologia?
        respeitosamente

  4. Bom, fica evidente que as fontes utilizadas foram o próprio governo e os meios de comunicação que os apoiam. Sinto muito, mas suas reflexões estão MUITO distantes da realidade do ensino público do município do Rio de Janeiro. E outra, os 8% (vale lembrar que percentual sobre pouco é pouco) e o PCCR somente “aconteceram” por causa da paralisação. O sr. como sociólogo deveria investigar melhor indo e visitando as escolas, pois o que o governo diz (e o sr. acredita e reproduz) são nada mais que inverdades e maquiagens. Investigue! Aprofunde-se nessa causa! E não ludibrie mais ninguém, por favor. Um abraço.

    1. Caro Igor Albuquerque, concordo que o aumento salarial de 8% e o novo PCCR foram avanços conquistados após o iníco da greve. Não concordo que o texto distoa da realidade.

      1. Sr Rafael, sua afirmação de que a greve não foi suspensa, desculpe a franqueza, destoa sim da realidade. Retornamos às nossa lousas de fato, naquele momento certos de que nossas negociações com a Prefeitura estavam num bom caminho. Fomos surpreendidos com um golpe sem aviso, com uma pauta ábsona o que não nos deixou outra alternativa.

  5. Pensar e ter o professor como educador por excelência, principalmente os que cuidam dos níveis fundamental e médio, faria com que a gestão da educação ( e não do ensino) naturalmente se tornasse prioridade para a sociedade.

  6. Prezado Simon,

    após ler atentamente a carta em apoio à gestão da educação carioca, ficou-me a dúvida sobre as fontes de suas afirmações. Por exemplo, ao que você se refere quando discorre sobre a oferta de ensino integral em nossa rede municipal? A rede possui o programa Escolas do Amanhã que propaga esta iniciativa para cerca de 150 escolas, porém na prática isto não ocorre, por razões diversas que incluem a falta de estrutura física das escolas.
    Com relação à jornada de 40h para os professores, há outras duas questões: primeiro a proposta da prefeitura não oferece de fato esta possibilidade a todos, por razões monetárias de acordo com eles; e segundo, qual o professor que consegue permanecer, de fato, 40h semanais numa escola que não oferece condições de trabalho dignas? Há muitos casos que, após esta migração em busca de uma remuneração mais elevada, os professores desistem por razões de saúde. Logo, simplesmente apontar esta solução num plano, não significa que algo já esteja sendo feito para torná-la uma possibilidade viável.
    Quanto ao currículo e materiais pedagógicos, a qual processo participativo de elaboração destes a carta se refere? No mais, o conteúdo destes materiais tem sido amplamente questionado no sentido de que muitas vezes traduzem-se em mera propaganda da prefeitura, como o jogo banco imobiliário, mas também outros, ou ainda de que alguns materiais elaborados são de conteúdo extremamente limitado, como as apostilas de língua inglesa que propõem um inglês para uso de serviços, voltados para o desempenho de atividades como taxistas e balconistas e o atendimento aos turistas.
    Sobre as avaliações externas, de fato, elas também são elaboradas no âmbito da rede municipal. No entanto, questiona-se o grau de aproveitamento que os gestores e professores das escolas têm, de fato, realizado sobre elas. Há diversos trabalhos acadêmicos sendo elaborados a este respeito e todos os que tenho conhecimento demonstram que tais instrumentos não têm sido aproveitados, internamente às escolas, no sentido de algum aprimoramento pedagógico. Logo, questiona-se tamanho investimento de tempo e dinheiro, frente ao retorno prático destas iniciativas.
    Em que medida você se refere à valorização dos profissionais da educação no âmbito da rede municipal se nem diálogo tem havido? Nossos professores vêm sendo tratados como marginais, as ruas do centro da cidade tem sido constantemente fechadas para que estes não se manifestem e os planos impostos pela prefeitura sejam aprovados. Não acho este tipo de questão menor. Precisamos discuti-las.
    Finalmente, fico me perguntando em que medida não estamos diante de um processo de criminalização de nossos professores. Obviamente, a nossa educação tem que melhorar e, para tal, é preciso repensar nossos cursos de pedagogia. Mas hoje, estamos diante de uma realidade extremamente difícil para os profissionais de educação das redes públicas (e privadas) escolares. Precisamos olhar mais de perto para eles, colocar-mo-nos em seus lugares, refletir sim sobre suas condições de trabalho, sobre o alto custo de vida da cidade do Rio de Janeiro, que a cada dia têm se tornado mais insuportável. A média dos aluguéis na cidade, por exemplo, dobrou nos últimos cinco anos. O gasto com alimentação também aumentou consideravelmente. Infelizmente, o mesmo não ocorreu com os salários.
    Com grande admiração,

    1. Prezada Ana Carolina,

      A carta não é minha, eu sou só um dos que a assina. A fonte das informações são a Prefeitura do Rio de Janeiro.

      Quanto às afirmações de sua carta:

      As “escolas do amanhã” nunca foram de tempo integral, ninguem nunca disse isto. O projeto de passar as escolas para turno completo,e os professores para o regime de 40 horas, é progressivo, por razões de dinheiro, mas existem metas e prazos para isto, assim como para melhorar as condiçoes das escolas, com ar condicionado, etc. Quanto a contratos de 40 horas, se todo mundo trabalha assim, porque os professores nao poderiam ? Porque eles ficariam mais doentes do que todo mundo?

      Pelo que sei, existe grande participaçao de professores no projeto da Educopedia e outros. Quanto ao jogo imobiliario como propaganda do governo, isto eu realmente nao entendi. Eu brincava muito de jogo imobiliario quando era criança, me ajudou a entender o mundo dos mercados e dos negocios, que é importante, mas acabei ficando mesmo na pesquisa social, sem enriquecer no comércio de imóveis , contra o qual nao tenho nenhum preconceito. Tambem nao sei qual o problema em ensinar os jovens a atender bem em inglês aos turistas que vêm por aí, com um primeiro contato com o ingles que pode se desenvolver depois. Ou será melhor começar com “the book is on the table”?
      As avaliações são externas em relação aos professores das turmas, mas sao elaboradas pelas prefeituras. Pelo que entendo, elas permitem saber que escolas e em que matérias as coisas estao indo melhor ou pior, abrindo espaço para correções. O tema é controverso, tem gente que diz que nao funciona, e tem muita gente boa que diz e escreve que sim, E os professores nao sao tratados como marginais, incluive tiveram aumento substancial de salário. Houveram mais de 10 reunioes de conciliaçao entre a prefeitura e o sindicato, que sempre recusou todas as propostas que acabou aceitando ao final. Quem partiu para a confrontação nao foi a prefeitura, mas o sindicato, muitas vezes com o apoio agradecido dos fascistas do black bloc, e deixando as crianças semanas e meses sem aula.
      Claro que nem tudo é perfeito na prefeitura, ninguém pode fazer milagres, muito menos em alguns poucos anos. Mas existem avanços observáveis, e a Secretaria de Educacao tem colocado ênfase nos pontos centrais: curriculo estruturado, avaliação e estímulo ao desempenho, um projeto de longo prazo de acabar com as escolas de dois ou tres turnos e de professores itinerantes, e nao transformar as crianças em refens dos movimentos político-sindicais. São estes os princípios que a carta procura defender.
      Cordialmente.
      Simon Schwartzman

    2. Cara Ana Carolina Cristóvão, a extensão do dia escolar pode acontecer de diversas formas, como dias letivos mais extensos de 7 ou 8h, e com programas como o Mais Educação. Claro que a infraestrutura das escolas precisa comportar essa iniciativa e a prefeitura investe, dentro dos seus limites em adequações e reformas de escolas. Quanto à carreira de 40h, é verdade que não há vagas no momento para todos os professores — seriam 5000 vagas de imediato. Mas a evolução gradual depende dos limites orçamentários e da LRF.
      2) As apostilas e as aulas digitais da Educopédia são produzidas por professores da rede, que não abandonam a sala de aula.
      3) Há um retorno sobre os resultados das avaliações externas, que precisa ser continuado internamente, pela equipe de gestão e professores, para encontrar os problemas e solucioná-los.
      4) Há muito diálogo, de várias formas, presencial e virtualmente. Muita aproximação, muitas visitas, prêmios e formas de reconhecimento.
      5) Os aumentos dos gastos com a folha de pagamento da prefeitura depende do orçamento da pasta e da arrecadação de impostos.

  7. NÃO ASSINO E NÃO RECOMENDO CAMPANHA CHAPA BRANCA CUJO OBJETIVO É DEFENDER UM GOVERNO INEPTO E SECRETÁRIAS/SECRETÁRIOS CARREIRISTAS. Como é possível reduzir o impacto de uma das maiores manifestações da categoria profissional dos professores – sim, os professores são profissionais -, uma das maiores paralisações das últimas décadas em favor da melhoria da educação e a favor da dignidade da profissão há um simples conflito com os direitos das crianças em aprender. Para justificar a desnecessária mobilização por melhores salários apontam índices e mais índices. O fato: os salários dos professores foram reduzidos a nada nas últimas décadas. 15% sobre um quase nada de salário e quase nada de aumento.

  8. Assino e recomendo que todos assinem. MAIS, INCLUO TAMBÉM, e recomendo que todos o façam, o meu apoio à GESTÃO DA EDUCAÇÃO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO, pois tudo descrito tem sido implementado lá nos últimos três anos.
    A maioria dos grevistas (e não a maioria dos professores, pois eles não fizeram greve) voltou as salas de aula quando conseguiram os ganhos procurados e perceberam que o intuito da greve era principalmente político. Os últimos voltarão a sala de aula depois de atingirem seus principais objetivos: anistia das multas que o Sepe deveria pagar E que muitos alunos terão uma baixa performance no ENEM e no Saeb, para poderem dizer em ano eleitoral que os resultados do IDEB mostram o fracasso do modelo de gestão.

  9. Simon, eu assino com prazer. Não podemos mais tolerar que em nome de
    interesses corporativos funcionários públicos, especialmente da
    educação, deixem de cumprir suas obrigações como cidadãos e
    prejudiquem, de forma irreversível, a capacidade de mobilidade social
    das camadas mais pobres da nossa população.

  10. lô professores
    A Prefeitura do Rio de Janeiro está fazendo um trabalho supimpa. Não há quem não veja e aplauda.
    Misturar magistério com ideologias radicais e ultrapassadas é uma das razões pelas quais a educação
    no Brasil não consegue sair do mesmo lugar.
    O sindicalismo de terceiro mundo dos anos 60, que atrapalha o debate racional, é outro grande obstáculo.
    O emprego perpétuo, o ganho por horas não trabalhadas e a bagrinhagem admitida é uma pouca vergonha.
    A Coréia do Sul está aí para ser copiada.
    O ex-ministro Tarso Genro que não poderia adotá-la no Brasil porque ela foi imposta lá por um general…
    Ao distinto se aplica uma velha expressão russa (traduzida ao espanhol) e que era muito usada por Stálin, o tio Joe: es un come mierda.

  11. Estudei 8 anos em escola pública durante o atual fundamental e vivenciei vários anos em greve.
    A luta dos professores não pode ser feita tendo as crianças como instrumento de pressão e barganha.
    Isto é um absurdo e é uma vergonha para os professores, pois prejudica os que menos tem voz na sociedade.
    Se querem lutar por escola pública de qualidade, não deveriam prejudicar as crianças. Não acredito na tese do Silas de que a luta é por escola de qualidade.
    Além disto, apoio a prefeitura do Rio nas suas ações de modernização da gestão do sistema de ensino.
    Assinarei o documento de apoio e solicito que façam os demais também.
    Att,
    Alexandre

  12. Simon, eu assino com prazer. Não podemos mais tolerar que em nome de interesses corporativos, funcionários públicos, especialmente os da área da educação, deixem de cumprir suas obrigações como cidadãos e prejudiquem, de forma irreversível, a capacidade de mobilidade social das camadas mais pobres da nossa população.

  13. Todo apoio à gestão da educação no Rio de Janeiro para que não esmoreça diante da força do corporativismo e de muita sinecura

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