Minas, IDEB e a Prova Brasil

Vanessa Guimarães, Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, e João Filocre, Secretário Adjunto, enviam uma nota técnica detalhada em que mostram os avanços da educação de Minas Gerais nos anos recentes, medidos pelo sistema de avaliação do Estado, e questionam os resultados do IDEB, que consideram duvidosos. O texto completo, de 11 páginas, pode ser visto clicando aqui. Ao final da nota, a Secretaria solicita explicações:

1. É responsabilidade do MEC, do INEP e das instituições contratadas para realizar a Prova Brasil e o SAEB explicar as discrepâncias existentes e sobre a aparente ausência de relação causal entre ação efetiva no sistema e os resultados obtidos.

2. É responsabilidade do MEC informar, também, sobre a qualidade e consistência dos dados que vêm utilizando, sobre a margem de erro das suas avaliações e sobre as mudanças que vêm introduzindo no SAEB, bem como a repercussão dessas mudanças na confiabilidade dos resultados.

3. É dever do MEC informar os gestores dos sistemas estaduais e municipais de ensino sobre possíveis problemas e inconsistências antes de tornar público resultados que acabam por ser republicados pelos erros identificados.

4. É dever do MEC fornecer aos gestores dos sistemas estaduais e municipais de ensino a base de microdados para que se possa fazer uma avaliação mais segura sobre o comportamento dos sistemas educacionais nas avaliações que promove.

Author: Simon Schwartzman

Simon Schwartzman é sociólogo, falso mineiro e brasileiro. Vive no Rio de Janeiro

One thought on “Minas, IDEB e a Prova Brasil”

  1. A Secretária, Vanessa Guimarães, como gestora zelosa e competente que é, tem toda razão ao solicitar ao MEC, que explicite, tornando públicos, seus parâmetros avaliativos, possibilitando ao leitor, aquilatar, com acuidade, o significado dos resultados obtidos.

    Ocorre, porém, que as discussões, em curso, estão mais voltadas para justificar o nota avaliativa e aposição do estado ou município em relação ao escore nacional ou regional.O mais rico, ao meu ver, adviria quando, superada esta fase, reativa os secretários procurassem prosseguir na discussão, comentando quais os passos a seguir para se atingir um novo patamar de qualidade, segundo perfil da escola(tamanho, localização nível sócio econômico, região) versus resultados.

    Como a Secretária mineira bem comenta, Minas Gerais, desde há muito está aculturada à sistemática de avaliação da escola.Há uma sistemática,que parece ter penetrado no âmbito do sistema( não sei se de fato chegou, com consistência, à sala de aula).Mas de qualquer forma se socializou no plano da gestão do sistema, em seu diferentes níveis.Digo isto para afirmar,que do ponto de vista de diretrizes e estratégias para um novo round educacional, Minas parece dispor de um estoque de alternativas já experimentadas e avaliadas.A isto se acresce o fato de que há tradição no Estado de estudos e propostas regionalizadas, no âmbito dos quais se coloca a escola mineira.

    Saindo um pouco do foco supracitado, gostaria de finalizar meus comentários dizendo que de todas as observações sobre as avaliações educacionais em curso, despertou-me maior atenção aquela referente ao fato de que a escola de aplicação da USP teria registrado resultados pouco memoráveis face o universo em estudo.Estudos pontuais desta natureza poderiam, em muito. contribuir para um melhor avaliação da formação docente no país.

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